Após dois dias de intensas discussões, terminou na tarde de 30 de junho de 2023 o XIV Encontro Nacional das Entidades Médicas, com a aprovação de 75 propostas e de três moções. O encerramento do evento foi também marcado por discursos de união da classe médica pela da carreira de Estado para o médico, contra a abertura desenfreada de escolas médicas, pela exigência do Revalida para todos os formados no exterior e pela aplicação de uma avaliação seriada para os formados em medicina.
Para o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), José Hiran Gallo, esta edição do ENEM entrou para a história pela unidade das lideranças. Ao lado dele, compuseram a mesa de encerramento o secretário-geral da Associação Médica Brasileira (AMB), Antônio José Gonçalves; o presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Marcos Gutemberg Fialho; o presidente da Federação Médica Brasileira (FMB), Tadeu Calheiros, e o presidente da Associação Médica de Brasília (AMBr) e anfitrião do evento, Ognev Cosac.
Respeito e união – Em sua fala, Hiran Gallo agradeceu às entidades médicas nacionais, que, juntas ao CFM reuniram os 330 delegados neste encontro. Na ocasião, ele reforçou a necessidade de as lideranças médicas caminharem unidas na defesa da saúde da população brasileira, da medicina e dos médicos. “Este XIV ENEM mostrou que é possível, com respeito, deixarmos as divergências de lado”, constatou.
Para o presidente do CFM, “com humildade, determinação e coragem vamos aglutinar e dialogar para que as divergências sejam debatidas e juntos possamos lutar pela medicina”. Ele também defendeu que o tempo de espera até a próxima edição deste grande encontro das entidades médicas seja de apenas dois anos.
Esta também foi a argumentação do representante da AMB, Antônio José Gonçalves. “A partir do contraditório, vamos somar e sair mais unidos e fortes”, afirmou. O presidente da Federação Médica Brasileira, Tadeu Calheiros, também defendeu a realização do ENEM bianual, precedidos de encontros regionais, e elencou os pontos em que as entidades convergem, como a criação de um plano de carreira para os médicos.
“Praticamente não houve divergência. Foi um ENEM de consensos. O desafio agora é a implementação do que aprovamos aqui”, concluiu o presidente da Fenam, Marcos Gutemberg Fialho. Na avaliação do presidente da AMBr, Ognev Cosac, o XIV ENEM foi muito proveitoso e produtivo. “Saio aqui de alma leve”, disse, ao colocar a estrutura da AMBr à disposição para a realização do próximo evento.
Moções – Antes da realização da mesa de encerramento, foi realizada uma plenária final para a votação das moções apresentadas durante o evento. Na oportunidade, foram aprovadas três moções. A primeira delas repudia um projeto de lei do governo do Paraná que afeta o trabalho e a remuneração do médico legista paranaense. Outra repudia recente conduta do senador Alan Rick (União-AC), que tem atacado constantemente os médicos brasileiros.
A terceira é contrária a uma proposta da Universidade Federal de Pelotas, que anunciou a criação de um curso de medicina exclusivo para assentados do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).