Os debates sobre os gargalos na saúde suplementar encerraram as exposições do XIV Encontro Nacional das Entidades Médicas (Enem). Moderada pelo presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), César Eduardo Fernandes, a última mesa do evento apontou entraves para o trabalho médico na assistência oferecida por meio das operadoras de planos de saúde.
A discussão teve início com uma análise sobre a remuneração do ato médico, com palestra proferida pelo diretor de Defesa Profissional da AMB, Florisval Meinão. Situações como pejotização (contratação como pessoa jurídica) e bitributação (recolhimento de vários tributos de forma cumulativa) foram algumas das dificuldades apresentadas. “Ao ser contratado como PJ, o médico fica vulnerável, tendo em vista que não há custo para rescisão do contrato, permitindo ao contratante fazer substituições mais frequentes, aumentando a taxa de rotatividade de funcionários”.
Relação contratual – Dando sequência às atividades da mesa, o conselheiro federal Luís Guilherme Teixeira dos Santos proferiu a palestra “Desequilíbrio na relação contratual na remuneração entre médico e operadora”. Entre as preocupações, ele citou a falta de reajustes em consultas e procedimentos, de transparência e até de contratos.
Ao final das discussões, os participantes do XIV ENEM aprovaram diversas propostas para melhorar as relações entre médicos, pacientes e operadoras de planos de saúde. Entre elas estão: pagamento de honorários justos pelos procedimentos realizados, sem atrasos, com remuneração direta aos profissionais e/ou cooperativas médicas; o fim das glosas injustificadas e da intervenção das empresas na autonomia dos profissionais; e a ampliação da cobertura assistencial, diz a proposta aprovada.