O avanço do consumo dos dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs) no País, especialmente entre os mais jovens, tem causado a redução da idade em que se inicia o tabagismo, o aumento da dependência de nicotina e diversos problemas de saúde, inclusive com o surgimento de novas doenças para quem os utiliza.

Diante desse cenário, os participantes do II Fórum sobre Tabagismo e Cigarro Eletrônico, realizado no dia 27 de fevereiro (terça-feira), na sede do Conselho Federal de Medicina (CFM), propuseram uma série de iniciativas que visam proteger e promover a saúde dos brasileiros. Essas propostas integram o documento lido e aprovado por unanimidade no encerramento da atividade.

CLIQUE AQUI PARA TER ACESSO AO DOCUMENTO NA ÍNTEGRA.

Os participantes do Fórum entendem que a adoção dessas medidas seria entendida como uma sinalização positiva dos tomadores de decisão no sentido de reforçar os mecanismos de proteção contra esse problema de saúde pública.

“Lembrem-se: o futuro do País está com a nossa juventude. É nosso papel, como médicos, atuarmos para que seja protegida, acolhida e bem-atendida, conforme consensuado pelos participantes e suas entidades de representação no II Fórum sobre Tabagismo e Cigarro Eletrônico do CFM, os quais são signatários deste documento”, finaliza o documento.

Resolução – Dentre as medidas aprovadas pelos participantes, está a defesa intransigente da manutenção da Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) nº 46/2009, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que proíbe a comercialização, a importação e a propaganda de Dispositivos Eletrônicos de Fumar (DEFs). Os participantes afirmam existir pressão da indústria do tabaco, especialmente junto ao Congresso Nacional, para regulamentar o uso do cigarro eletrônico no Brasil.

Os especialistas ainda recomendaram medidas mais rigorosas de fiscalização e punição (multas) aos violadores da resolução; a proibição de aditivos em derivados de tabaco; a retomada da política de impostos sobre  derivados de tabaco; e melhoria na fiscalização contra o comércio ilegal de DEFs em ambiente digital, fronteiras e pontos de venda. Para tanto, propõem-se maior interação entre o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária e órgãos, como a Receita Federal, Polícias Federal e Rodoviária Federal, Ministério Público, dentre outros.

Além disso, consideram fundamental combater o discurso da indústria do tabaco de que os DEFs são alternativas ao tabagismo convencional ou que auxiliam à cessação do tabagismo. Diante da ausência de evidência científica que justifique tais posicionamentos, os especialistas pedem a valorização dos médicos e das equipes de saúde que acompanham tratamentos contra esse hábito.

O documento aprovado destaca ainda a necessidade de inserir informações sobre os riscos dos DEFs no site da Anvisa e na grade curricular do ensino básico e médio para a conscientização de crianças e adolescentes sobre o tema. Da mesma, recomendaram que o apoio à campanhas educativas em massa, em todas as mídias disponíveis, para o público jovem.

Notícias Relacionadas

Especialistas alertam: sem medidas rigorosas, o País não conterá consumo do cigarro eletrônico

29 fev 2024

Grupo de Trabalho reforça a necessidade de combate ao uso de cigarro eletrônico no Brasil

04 out 2023

No Senado, CFM reitera posição contrária ao cigarro eletrônico e diz que regulamentar venda aumentará dependência química

28 set 2023
Flickr Youtube Twitter LinkedIn Instagram Facebook
Aviso de Privacidade
Nós usamos cookies para melhorar sua experiência de navegação no portal. Ao utilizar o Portal Médico, você concorda com a política de monitoramento de cookies. Para ter mais informações sobre como isso é feito, acesse Política de cookies. Se você concorda, clique em ACEITO.