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“Seremos substituídos?”. Esta é uma pergunta muito comum que profissionais de diferentes áreas, incluindo médicos, fazem diante do avanço da Inteligência Artificial (IA). E o integrante da Comissão de IA na Medicina do Conselho Federal de Medicina (CFM) Francisco das Chagas Neto, que tratou do tema no XI Fórum de Medicina do Trabalho, fez questão de responder para acalmar os profissionais da saúde. Segundo ele, o médico estará sempre no comando e a IA é apenas uma ferramenta. “Mas os profissionais adaptáveis às novas tecnologias terão 60% mais chances de promoção na área”, ressaltou.

Na avaliação do palestrante, a IA é a maior alavanca já criada pela humanidade, que possibilita hoje a uma criança de sete anos colocar um comando, num Chatbot, e redigir um texto com praticamente a mesma qualidade de Machado de Assis. “Parece ser absurdo o que estou falando, mas isso já é verificado. A IA avança muito rapidamente. Estamos na primeira fase, muito boa e específica para uma única tarefa”, comentou.

Segundo Neto, em 2035 haverá a super IA, com promessas de descoberta de novas medicações para a longevidade humana, a cura do câncer, entre outras. “A IA consulta dados e a partir daí consegue gerar novos dados ou fazer previsões a partir deles. Hoje, já sabemos se um colaborador de uma empresa desenvolverá uma Lesão por Esforços Repetitivos/Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (LER/DORT), se será afastado da sua escala, se pode desenvolver outros problemas e prevenir o que irá acontecer”, explicou.

O anestesiologista que estuda machine learning disse que isso já é extremamente comum em times de futebol, inclusive no Brasil. Com essas tecnologias, os clubes já conseguem prever se um atleta terá lesão muscular com meses de antecedência. “Então, quando a gente fala isso para empresas, muitos ficam assustados. Mas no mundo de alto rendimento esportivo já é realidade. Isso possibilita afastar o atleta dos campos por um período para evitar lesão. O mesmo raciocínio vale para as empresas e seus colaboradores. Se você investir R$ 50 mil em IA, o retorno será de R$ 350 mil a R$ 700 mil à sua empresa. A satisfação dos médicos é de 85%”, comentou.

Além da prevenção mental, também há como prever lesões físicas em fábrica de manufaturas, com cruzamentos de dados de biotipo, sexo e condições de saúde (sem tem diabetes ou não, etc.) dos trabalhadores com informações sobre horas trabalhadas, posição que trabalha e movimentos repetidos. Segundo ele, isso resulta na possibilidade de afastar ou antecipar férias do funcionário.

“Infelizmente, o Brasil ainda não tem uma cultura de que todas as decisões têm de ser baseadas em dados. Se você decide afastar ou contratar um colaborador, deveria se basear em dados, mas infelizmente apenas 3% dos dados no País viram insights. Ou seja, ainda temos um mundo para desenvolver a IA preditiva. Precisamos transformar os dados em prevenção”, alertou.

Seremos substituídos? O integrante da Câmara Técnica de IA do CFM disse que haverá problemas se a humanidade não atribuir para a máquina a função dela e homens e mulheres não fizeram a nossa parte. “Quando a gente fala em medicina, independente da especialização, a palavra mágica é conexão. A máquina não vai conseguir se conectar com o ser humano. A gente consegue. Se a gente for competir com um robô para fazer análise de dados, para dar diagnóstico, esqueça. Daqui a pouco tempo nenhum médico vai diagnosticar tão bem quanto à máquina. Parece absurdo alguém dizer isso. Mas é verdade. A máquina consegue avaliar bilhões de informações. Ela acessa 250 livros e lhe dá uma resposta em um segundo. Como tenho condições de competir com isso? Não tenho. Mas eu consigo me conectar com o paciente, passar confiança. E isso gera todo um ciclo”, disse.

Ele ressaltou que o médico do trabalho, assim como todos os demais profissionais da saúde, tem de fazer uma consulta digna, olhar no olho do paciente e se preocupar com as questões identificáveis para assinar, por exemplo, um atestado de saúde ocupacional. “Estamos robotizando ou negligenciando nosso contato com os pacientes? A gente tem que fazer uma consulta digna, olhar no olho do paciente, temos que nos preocupar com isso, pois a máquina não consegue”, finalizou.

Assista abaixo as apresentações do encontro no período da manhã.

 

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