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Levantamento do CFM mostra que, em uma década, internações por acidente de trânsito subiram 33%

 

No Brasil, a cada 60 minutos, em média, pelo menos cinco pessoas morrem vítimas de acidente de trânsito. Os desastres nas ruas e estradas do País já deixaram mais de 1,6 milhão de feridos nos últimos dez anos, acarretando custo direto de quase R$ 3 bilhões para o Sistema Único de Saúde (SUS). Esses números fazem parte de um levantamento elaborado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).

Para o coordenador da Câmara Técnica de Medicina de Tráfego do CFM, José Fernando Vinagre (in memoriam), os números mostram que os acidentes de trânsito constituem um grave problema de saúde pública e provocam sobrecarga nos serviços de assistência, em especial nos prontos- -socorros e nas alas de internação dos hospitais. “É preciso reconhecer o importante aprimoramento da legislação ao longo dos anos e também o aumento na ­ fiscalização, especialmente após a Lei Seca. No entanto, precisamos avançar nas estratégias para tornar o trânsito brasileiro mais seguro”, destacou.

Segundo a análise do CFM, a cada hora, em média, cerca de 20 pessoas dão entrada em um hospital da rede pública de saúde com ferimento grave decorrente de acidente de transporte terrestre.

Ao avaliar o volume total de vítimas de acidentes graves do tráfego nos últimos dez anos (1.636.878), é possível veri­ficar que 60% desses casos envolveram pessoas com idade entre 15 e 39 anos, sendo menor a frequência nas faixas etárias que vão de zero a 14 anos (8,2%) e em maiores de 60 anos (8,4%). Outra constatação: quase 80% das vítimas eram do sexo masculino.

Mais vítimas – Entre 2009 e 2018, houve um crescimento de 33% na quantidade de internações por acidente no tráfego em todo o País. O pior cenário, proporcionalmente, foi identi­ficado no estado de Tocantins, que passou

Foto: Detran PR

de 60 internações, em 2009, para 1.348, no ano passado (aumento de 2.147%). Na sequência aparece Pernambuco, onde o salto foi de 725% na última década. Apenas cinco estados registraram queda no número de internações por acidente de transporte: Maranhão (redução de 40%), Rio Grande do Sul (22%), Paraíba (20%), Distrito Federal (16%) e Rio de Janeiro (2%).

Em números absolutos, 43% do volume total de internações registradas no SUS no período ­ ficou concentrado em estados do Sudeste, região que reúne também metade da frota de veículos automotores do País. Outros 28% dos casos graves ocorreram no Nordeste, e o restante ­ficou diluído entre Sul (12%), Centro-Oeste (9%) e Norte (7%).

Presidente do CFM, Carlos Vital avalia que a solução para reduzir os acidentes depende de uma série de fatores, como investimento em prevenção e reforço na ­ fiscalização e sinalização, além de melhoria em itens de infraestrutura e aprimoramento da segurança dos veículos.

“Nesse contexto, os médicos desempenham papel fundamental nas discussões sobre direção veicular segura. O impacto desses acidentes nos serviços de saúde é alto. Leitos são ocupados e hospitais e médicos se dividem no atendimento entre os acidentados e aqueles que procuram assistência médica para patologias que não poderiam prevenir, diferentemente dos acidentes de trânsito, que podem ser reduzidos e evitados”, destacou Vital.

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