Revista aponta inconstitucionalidades da MPaltAlguns dos principais jornais e revistas do Brasil têm criticado as recentes medidas adotadas pelo governo que afetam a atuação da Medicina e a oferta de serviços públicos em saúde. Os jornalistas e editorialistas apontam fragilidades na estratégia, como a falta de diálogo do Governo com as entidades médicas. Outro ponto abordado é a efetiva ausência de infraestrutura de atendimento em vários pontos do país, além do baixo financiamento da saúde pública.

Por outro lado, concordam com a necessidade de criação de uma carreira de médico de Estado e com o risco em se submeter estudantes de medicina em áreas de difícil provimento sem o treinamento adequado e uma efetiva supervisão. Para os jornais, os diversos questionamentos à decisão de importar médicos estrangeiros sem a revalidação do diploma, à ampliação de seis para oito anos da duração do curso de medicina e à obrigação de estudantes trabalharem por esse período extra no SUS são indicativos de problemas na gestão federal.

Nesta semana, o tema foi tratado pela Veja, que estampou em sua capa a manchete Choque de Ilusão. Para a revista, o programa Mais Médico é inconstitucional, autoritário, incoerente, reforça a desigualdade e não estimula a prática da medicina. Sobre a ampliação da carga horária dos cursos de medicina para que os estudantes trabalhem no SUS, a Veja diz, ainda, que é bobagem imaginar que a falta de médicos em algumas regiões será resolvida “com o despacho de alunos de medicina para os rincões desamparados, como pretende fazer a presidente Dilma”. “Continuariam a faltar remédios, seringas, enfermeiros, leitos com lençóis limpos e, em muitos casos, até água potável. Não há solução mágica”, explicita a publicação, que traz relatos de várias situações vividas por médicos, em locais onde falta tudo.

A revista Carta Capital também deu destaque em sua edição semanal à crise na saúde pública, onde personalidades entrevistadas engrossaram as críticas ao pacote anunciado por meio da Medida Provisória. A revista também destacou o subfinanciamento da saúde. “De fato, o Brasil investe muito pouco em saúde. (…) Em 2011, o Brasil teve uma despesa de 477 dólares por habitante. Uruguai e Argentina gastaram mais de 800 dólares. Com tão baixo investimento, parece pouco provável que qualquer política pública na área tenha efeito significativo”, destaca. A matéria também traz relatos de vários médicos que atuam no interior do país e têm de fazer, cotidianamente, medicina de emergência.  “Se a dona Dilma Rousseff triplicar o número de médicos não vai adiantar. O que fazer sem sangue, sem raio X, sem condições de atender? Os médicos continuarão sorteando quem vive e quem morre.”, afirma uma das entrevistadas na matéria.

No sábado (13), o médico Dráuzio Varella publicou artigo em sua coluna na Folha de São Paulo, no qual destaca os complexos problemas que enfrenta a saúde no Brasil, como o subfinanciamento do setor público. “Atribuir a responsabilidade pelo descaso com o SUS à simples falta de médicos é jogar areia nos olhos do povo descontente.”

Na semana passada, na edição de 10 de julho, o jornal O Estado de São Paulo abordou a questão no editorial Demagogia no setor de Saúde. As propostas governamentais, segundo o periódico paulista, “beiram a irresponsabilidade, na medida em que não apenas deixam de lado os problemas mais graves do setor – ou seja, nada resolvem, apesar do estardalhaço -, como ainda poderão produzir efeitos ao mesmo tempo desastrosos e duradouros.” O programa seria uma forma de “retorno  ao regime de servidão, disfarçada com belas palavras”.

No editorial “Mais do que médicos, falta gestão no SUS”, a edição do dia 11 de julho do jornal Correio Braziliense argumenta que “a saúde pública no Brasil carece de terapia mais ampla e apropriada do que a ora prescrita”. O texto também critica o uso da medida provisória. “As ruas cobram um basta definitivo ao descaso com que o cidadão vem se deparando no SUS. E a resposta do Executivo revela visão estreita sobre a questão.”

Quem também criticou a proposta do governo de criar o estágio obrigatório no SUS foi o economista Rodrigo Constantino, em artigo publicado esta semana na revista Época. Para o articulista, esse não é somente um problema dos médicos e sim de todos nós. “O que vai impedir o governo de decretar que todo professor tem de ficar dois anos dando aulas em escolas públicas do interior para conseguir seu diploma? Ou forçar engenheiros a atuarem por dois anos nas obras do PAC Brasil adentro, para só depois terem acesso ao certificado de conclusão de curso?”, questiona.

Clique nas manchetes para ter acesso à íntegra das matérias.

O remédio errado” – Revista Veja

A saúde em xeque” – Revista Carta Capital

Mais Médicos” – Artigo Dráuzio Varella

Demagogia no setor de saúde” – Editorial do O Estado de S. Paulo

Mais do que médicos, falta gestão no SUS” – Editorial do Correio Braziliense

“Os médicos não são nossos escravos” – Revista Época.

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