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Dando início à programação científica do IX Congresso de Humanidades Médicas, realizado nesta terça-feira (23), na sede do Conselho Federal de Medicina (CFM), em Brasília, especialistas refletiram sobre os dilemas contemporâneos ligados à estética, à saúde e ao papel da medicina diante da pressão social pelo corpo idealizado. A mesa “Corpo perfeito na ciência e na saúde: a diferença entre aparência idealizada e saúde real” destacou as consequências físicas e psíquicas dessa busca crescente.

 

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O presidente da mesa, conselheiro federal José Elêrton Secioso do Aboim, ressaltou que a autoimagem sempre acompanhou a história da humanidade, mas que os avanços tecnológicos dos últimos 50 anos ampliaram de forma inédita os procedimentos estéticos. “Vivemos um cenário em que médicos oferecem técnicas modernas e pacientes, cada vez mais ávidos por resultados estéticos, submetem-se a riscos que ultrapassam a fronteira do aceitável. Cabe-nos, como profissionais, refletir sobre esses limites com ética e responsabilidade”, afirmou.

Abrindo as palestras, Péricles Vasconcelos Brandão de Almeida, membro da Comissão de Humanidades Médicas, trouxe uma perspectiva filosófica ao relacionar Hipócrates e Platão à ideia da beleza como expressão da vida. “Conhecer-se é descobrir-se no coração da natureza. A verdadeira estética nasce do encontro com o outro e da contemplação da diversidade do mundo”, disse.

Na sequência, o conselheiro Hélio Angotti Neto, da Comissão de Bioética do CFM, destacou a noção grega de apeirokalia, a corrupção da beleza: “A sociedade atual enfrenta um processo de deformação estética, onde a busca pelo impacto e pelo grotesco muitas vezes substitui o sentido profundo da beleza. Essa perda de limites nos afasta da transcendência e contribui para adoecimentos físicos e mentais”.

O psiquiatra Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), chamou a atenção para o impacto direto da pressão estética sobre a saúde mental. “A indústria da beleza movimenta bilhões, mas seu preço é altíssimo: transtornos alimentares, depressão e até risco aumentado de suicídio. Em muitos casos, onde se busca saúde, encontra-se doença”, afirmou, lembrando que adolescentes e jovens são especialmente vulneráveis.

Encerrando a mesa, a conselheira federal Graziela Schmitz Bonin abordou os desafios éticos da autonomia do paciente e do médico em procedimentos estéticos. “Não podemos transformar a medicina em mera prestadora de desejos. O médico deve ser guardião da saúde, impondo limites quando os riscos superam os benefícios. A prudência deve nortear nossa prática”, reforçou.

O secretário da mesa, conselheiro federal Bruno Leandro de Souza, destacou a atualidade e relevância do tema. Segundo ele, “a medicina não pode se deixar capturar pela lógica da mercantilização da estética; é preciso resgatar seu compromisso com a vida, o cuidado e a dignidade humana”.

O debate mostrou que, mais do que um fenômeno cultural, a busca pelo corpo perfeito é um desafio médico, ético e social, que exige reflexão crítica e ação responsável da medicina brasileira.

 

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