O Conselho Federal de Medicina (CFM) realizou na tarde desta sexta-feira, 27 de junho, a abertura do I Webinar da Comissão de Saúde e Espiritualidade. Com o tema central “Saúde e Espiritualidade: o panorama das evidências científicas e prática clínica”, o evento representa um marco institucional na abordagem técnica e científica da espiritualidade como dimensão relevante do cuidado em saúde. A programação segue ao longo da tarde, com transmissão simultânea pelo canal do CFM no YouTube.
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Na abertura, a conselheira federal Rosylane Nascimento das Mercês Rocha, 2ª vice-presidente do CFM e coordenadora da Comissão de Saúde e Espiritualidade da autarquia, ressaltou a importância do momento: “Hoje é um dia muito feliz para todos nós do Conselho Federal de Medicina. É o primeiro webinário sobre o impacto da prática da espiritualidade na saúde das pessoas”.
Rosylane apresentou os membros da comissão e agradeceu ao presidente do CFM, José Hiran da Silva Gallo, pela confiança na criação da da Comissão, reconhecendo o esforço conjunto de conselheiros, membros da comissão e funcionários do CFM para a realização do evento. “A proposta da comissão é fazer um estudo técnico e científico sobre as evidências, para que possamos, ao final, elaborar uma diretriz que oriente a prática médica”, disse.
Reflexões – Na sequência, o médico e padre Aníbal Gil Lopes, membro da Comissão, trouxe uma reflexão sobre os desafios enfrentados por pacientes em sofrimento, destacando que a dor da alma, os conflitos afetivos e existenciais, muitas vezes superam as dores físicas. A sua fala reiterou a importância de enxergar o paciente como ser integral.
O presidente em exercício do CFM, o conselheiro federal Emmanuel Fortes, também enfatizou o papel transformador da espiritualidade na vida humana: “Nós precisamos de esperança e fé. Quanto menos conflitos íntimos, mais assertividade na ação, mais harmonia no contexto da vida. E essa harmonia é íntima”, afirmou.
Fortes complementou dizendo que a espiritualidade transcende os aspectos físicos e merece ser compreendida com profundidade: “Ela funciona dentro do nosso organismo físico, mas também envolve uma imaterialidade ainda pouco conhecida, que precisa ser debatida com responsabilidade e profundidade.”
Relevância – Durante a abertura, foi lembrada a recente resolução da Associação Médica Americana (AMA), publicada em 2024, que reconhece a importância da espiritualidade na saúde dos pacientes. A resolução não apenas recomenda que o tema seja abordado nos serviços de saúde, como também sugere sua inclusão nos currículos de formação médica. Segundo Rosylane, evidências científicas já indicam que cerca de 80% da população reconhece a importância da abordagem da espiritualidade por parte dos profissionais da saúde.
Programação – O evento prosseguiu ao longo da tarde com mesas-redondas sobre evidências científicas, diretrizes clínicas e experiências práticas em especialidades médicas, com destaque para cuidados paliativos. Estão entre os palestrantes os doutores Álvaro Avezum, Alexander Moreira de Almeida, Bruno Mosqueiro, Fábio Ikedo, entre outros membros da Comissão de Saúde e Espiritualidade do CFM e de sociedades médicas.
O CFM reforça que a iniciativa não está vinculada a nenhuma religião específica, mas reconhece a espiritualidade como um componente essencial da experiência humana e do cuidado em saúde.