
EPI: médicos denunciam que trabalham sem equipamentos
De acordo com o levantamento do CFM, a queixa mais recorrente – 32% dos casos – está relacionada à falta de EPIs, considerados obrigatórios para o enfrentamento de epidemias. Apesar da recomendação de autoridades sanitárias como o Ministério da Saúde e a Organização Mundial da Saúde, pelo menos 1.832 formulários denunciaram a falta de máscara N95 ou equipamento equivalente. Também foi notificada falha na oferta de aventais (1.649 relatos), óculos ou protetor facial (1.352), máscara cirúrgica (1.201), gorro (781) e luvas (561).
A falta de material para correta higienização foi denunciada por quase 25% dos denunciantes. Pelo menos 1.352 (22,4%) indicaram falta de álcool em gel ou de álcool 70%. Também faltam outros itens básicos de higienização nas unidades de saúde, como papel-toalha (519 denúncias), sabonete líquido (456) e desinfetante ou outro insumo recomendado (284).
A falta de kits de exame para covid-19 recebeu 1.092 notificações. Os médicos também registraram falta de medicamentos (854), de material educativo de prevenção contra o vírus (702), acesso a exames de imagem (539), material para uso em UTI (377) e material para curativo (228).
A falta de equipes de enfermagem (enfermeiros e técnicos) foi também uma das queixas mais frequentes: 1.192 formulários destacaram o problema, que representa 42,2% das “faltas” no eixo dos recursos humanos. Outros 723 notificaram a carência de médicos, 409 indicavam a fragilidade em equipes de apoio (limpeza e cozinha), e 383 denunciaram a falta de fisioterapeutas, entre outros.
Foram alvo de queixas dos médicos, ainda, as falhas no processo de triagem, com destaque para a falta de informação para os profissionais (834) e de orientação aos pacientes e acompanhantes (833). Dificuldades em ter acesso a leitos também foram reportadas. Denunciantes relataram problemas em encontrar leito de UTI adulto (384) e de internação hospitalar (332).