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É cada vez mais comum o uso de injeções da toxina botulínica (botox) para controlar a hiperidrose ou suor excessivo nas mãos, pés, axilas e, em menos casos, rosto e couro cabeludo. Mas especialistas alertam que a técnica, além de não ser definitiva, pode ocasionar alergia em alguns pacientes e até paralisia temporária de pequenos músculos das mãos e pés. O atrativo das injeções de botox para a hiperidrose é que seu efeito dura mais que os tratamentos dermatológicos disponíveis até agora. Uma sessão é suficiente para ter uma melhora da desordem por 4 a 6 meses. No entanto, o tratamento prolongado pode ser doloroso para os pacientes, já que são necessárias até 50 injeções de botox em cada sessão. “O método é eficaz, mas é difícil alguém suportar se submeter a esse tratamento duas vezes por ano, no mínimo. Além disso, com o uso prolongado da toxina, o organismo pode desenvolver uma reação que cria resistência ao botox, como se fosse uma vacina. O efeito vai diminuindo, o que torna necessária a aplicação em um intervalo menor de tempo – explica o médico José Ribas Milanez, professor assistente do Departamento de Cirurgia Torácica da Universidade de São Paulo. Essas observações são baseadas em pacientes que se submetem ao tratamento há cinco anos, pelo menos. Não há estudos sobre o efeito do botox no organismo relacionado à hiperidrose, num tempo de 10 anos, por exemplo. Mesmo assim, os especialistas afastam o risco de câncer. “O que ocorre na hiperidrose é uma hiperatividade das glândulas sudoríparas, ocasionada pelo sistema nervoso simpático. Mas o paciente não deixa de suar; as toxinas são liberadas por outras áreas, não ficam no organismo. A pessoa só deixa de suar em excesso”, diz o cirurgião plástico Alberto Goldman. A sudorese excessiva causa muito constrangimento. Há pessoas que desenvolvem fobia social. Situações de estresse podem detonar uma crise, mas ainda assim tratamento com tranqüilizantes não são recomendados, porque têm pouco efeito prático e o risco de complicações colaterais é alto. Segundo Goldman, as aplicações de botox são indicadas principalmente para essas pessoas que tiveram a rotina social alterada e que se sentem infelizes e pouco confiantes. “A técnica funciona em quase todos os pacientes, exceto naqueles que têm anticorpos à toxina botulínica”, explica o cirurgião. Só não é recomendada a pessoas que têm alergia à proteína albumina, a grávidas e a mulheres que estejam amamentando. O preço das sessões varia, dependendo do estado do Brasil. Em São Paulo chega a R$ 2 mil, em outros lugares é de cerca de R$ 1,5 mil. “As sessões demoram 2 minutos e o paciente pode voltar à rotina no mesmo dia. O suor começa a diminuir em dois ou três dias”, acrescenta Goldman. A reaplicação deve ser feita de quatro a seis meses depois da sessão. Com o tratamento prolongado, podem aparecer ainda pequenos pontos de irritação e ardência nos locais das picadas. “Mas, em geral, a técnica é bem tolerada”, diz o cirurgião. O dermatologista Humberto Ponzio lembra que falhas podem ocorrer se a técnica não for bem aplicada. “É raro, mas o que pode acontecer é a agulha não ser do tamanho indicado, ser aplicada uma quantidade errada ou a toxina ser muito diluída e se espalhar pelo músculo. Nesse caso, especialmente no tratamento da sudorese excessiva nos pés e nas mãos, pode ocorrer paralisia de pequenos músculos. Mas nada que impeça o paciente de trabalhar”, afirma. Assim, resta esperar o efeito do botox passar. Massagens e exercícios podem ajudar, mas a toxina só perde o poder em seis meses. Não há estatísticas brasileiras sobre quantas pessoas sofrem de hiperidrose no país. O único estudo quantitativo desse tipo foi feito em Israel, onde 1% da população tem o problema. Estima-se que o índice possa ser similar no Brasil. Fonte: JB Online

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