O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, entregou ontem, durante a solenidade de celebração dos 50 anos de criação dos Conselhos de Medicina, uma carta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao presidente do CFM, Edson de Oliveira Andrade. A carta faz referência ao qüinquagésimo aniversário da sanção da Lei nº 3268 de 30 de setembro de 1957 que transformou em autarquia o Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Medicina, mais especificamente ao seu artigo segundo, que diz que os conselhos de Medicina são os órgãos supervisores da ética profissional, julgadores e disciplinadores da classe médica, e que cabe a eles zelar e trabalhar pelo perfeito desempenho ético da medicina e pelo prestígio e bom conceito da profissão. O presidente Lula disse, por intermédio da carta, estar convencido de que o CFM e os Conselhos Regionais têm atuado com zelo não só para cumprir esse dispositivo legal, como para atuar como fator de evolução e aperfeiçoamento do fazer da medicina. O texto também mencionou o problema do financiamento da saúde, particularmente o da saúde pública, colocado como desafio a ser permanentemente enfrentado. Lula disse que pretende se empenhar em vencer essa complexa batalha. “Com a cooperação e propostas da classe médica brasileira, haveremos de equacionar os problemas”, diz. Após a leitura da carta, Temporão disse que os médicos têm papel protagônico e estratégico para a construção do sistema de saúde. “Divergências entre quem tem nas mãos a condução do SUS e categoria profissional dos médicos podem existir, mas os pontos de encontro são sempre maiores que os desencontros”, coloca. Nesse sentido, ele ressaltou que o Ministério da Saúde, ao lado do Conselho Federal de Medicina e das demais entidades, tem uma agenda consistente e sólida e que tem certeza que será conduzida com parceria nesse processo “que vai trazer grandes alegrias e grandes transformações”.