
O Conselho Federal de Medicina (CFM) realiza, nesta sexta-feira (10), o VII Fórum de Cirurgia Geral, dedicado ao tema “O Trauma em Foco”. O encontro voltado a médicas e médicos, reúne referências nacionais para discutir formação, protocolos assistenciais e acesso a tecnologias no cuidado ao paciente politraumatizado. A cerimônia de abertura contou com Sérgio Tamura, conselheiro federal e coordenador da Câmara Técnica de Cirurgia Geral do CFM; com o representante do Ministério da Saúde, Fernando Augusto Marinho dos Santos Figueira, diretor do Departamento de Atenção Hospitalar e de Urgência; e com o conselheiro federal Nailton Jorge Ferreira Lyra. A recepção aos palestrantes foi presencial na sede do CFM; e os inscritos acompanharam o evento pelo ZOOM.
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Ao dar as boas-vindas, Sérgio Tamura destacou a vocação do Fórum para produzir resultados concretos. “Da nossa Câmara Técnica já saíram contribuições importantes para a medicina, como as resoluções da cirurgia bariátrica, da cirurgia robótica e o terceiro ano da residência em cirurgia geral, que qualificou sobremaneira a especialidade”, disse.

Segundo Tamura, o foco deste ano reflete uma preocupação assistencial real: “Dados do SUS mostram milhões de procedimentos de urgência realizados no país, a maioria por cirurgiões gerais. Ao longo do dia, vamos debater formação, protocolos e acesso a novas tecnologias para melhorar o cuidado ao politraumatizado”.

Em nome do Ministério da Saúde, Fernando Figueira sublinhou a dimensão do desafio. “Em 2024, o SUS entregou 14 milhões de cirurgias, e quase dois terços foram procedimentos de urgência, relacionados ou não ao trauma”, afirmou. Para enfrentar o cenário, pontuou a necessidade de redesenhar modelos hospitalares com vocação para trauma, fortalecer o atendimento pré-hospitalar e descentralizar o cuidado para reduzir transferências longas que comprometem desfechos — “no trauma, tempo é ouro”. Figueira mencionou, ainda, a meta de ampliar a cobertura do SAMU e a importância de integração federativa para organizar as linhas de cuidado, da estabilização à reabilitação.

O conselheiro Nailton Lyra lembrou o percurso da Câmara Técnica até este sétimo encontro: “Este fórum é fruto de várias reuniões e amadurecimento contínuo. Chegamos a uma edição dedicada exclusivamente à abordagem do trauma.”

Palestra de abertura – Luiz Carlos von Bahten, representante do Colégio Brasileiro de Cirurgiões (CBC), falou sobre a “Epidemiologia do Trauma no Brasil”. O especialista abordou a natureza previsível, prevenível e tratável do trauma, seus impactos epidemiológicos e sociais, e apresentou propostas de organização em centros de cuidado por níveis de complexidade, com ênfase em registro nacional de trauma, formação continuada e integração regional.
A programação segue ao longo do dia, com mesas-redondas e debates voltados a oferecer subsídios práticos para quem está na ponta do atendimento, reforçando o compromisso do CFM com a qualificação da assistência e a segurança do paciente.