
A programação vespertina do VII Fórum de Cirurgia Geral do Conselho Federal de Medicina (CFM) foi aberta com a mesa-redonda “Desafios e soluções — Avanços Tecnológicos no Atendimento ao Trauma”, presidida por Maurício José de Matos e Silva, membro da Câmara Técnica de Cirurgia Geral do CFM, e moderada por Renato Diniz Lins, cirurgião do trauma do Hospital de Base. O encontro, realizado das 14h às 15h50, reuniu três palestras que abordaram desde a atualização de protocolos educacionais até práticas clínicas essenciais no manejo do paciente traumatizado.
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Abrindo a mesa-redonda, Sandro Rizoli, diretor médico do Trauma do Hamad General Hospital (Doha, Qatar), abordou o Protocolo de Transfusão Maciça e compartilhou experiências comparadas entre modelos de organização do trauma (americano, europeu e do Canada). Rizoli chamou atenção para aspectos práticos da transfusão e do sistema de atendimento integrado:
“A melhor coisa para o trauma é gestão. Uma das coisas boas que o Qatar tem é o sistema de trauma. Começa no pré-hospitalar, depois vai para o hospitalar, e depois a reabilitação e reinserção do paciente na sociedade.” Rizoli também destacou desafios fisiológicos: “Por que os pacientes de trauma sangram tanto? Um em cada quatro doentes de trauma tem coagulopatia.”
Na sequência, a palestra “Atualização da 11ª Edição do ATLS®”, foi proferida por Juliana Mynssen, vice-chair do Comitê de Trauma Brasileiro. Juliana ressaltou a necessidade de formação contínua e a modernização dos materiais didáticos:
“O conhecimento precisa ser atualizado, ele se modifica. Não podemos nos basear em práticas antigas”, disse Juliana Mynssen. “O ATLS volta com uma interface muito mais intuitiva, moderna e tecnológica, permitindo uma educação continuada.”
Na sequência, Sandro Scarpelini, membro da Câmara Técnica de Cirurgia Geral do CFM, proferiu a palestra “Cirurgia de Controle de Danos”, traçando a evolução do conceito e destacando a mudança de mentalidade exigida do cirurgião diante de pacientes graves. Scarpelini enfatizou a prioridade na preservação da fisiologia do paciente e a velocidade nas decisões em sala de trauma:
“Controle de danos é uma expressão que veio da marinha, significa fazer o que é possível para minimizar os danos do paciente”, afirmou Sandro Scarpelini, lembrando que a técnica salva vidas ao priorizar hemostasia e estabilização fisiológica.
A mesa reafirmou a importância de integrar atualização educacional, estratégias de controle de danos e protocolos de transfusão para reduzir mortalidade e melhorar desfechos. O VII Fórum de Cirurgia Geral segue reunindo especialistas, promovendo troca de experiências e consolidando práticas que buscam segurança e qualidade no atendimento ao paciente traumatizado.