A Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde promove até amanhã (20.01), no Hotel Nacional, em Brasília, a primeira capacitação em Vigilância Epidemiológica das Hepatites Virais. Com o objetivo de aumentar a capacidade do Sistema Único de Saúde (SUS) nas ações contra estes agravos, também foram incluídos nos curso conteúdos sobre a padronização do diagnóstico, controle e prevenção das hepatites. Participam do curso, iniciado no dia 17 de janeiro, 75 técnicos das secretarias estaduais e municipais de saúde de todo o Brasil. As hepatites são doenças infecciosas que levam à inflamação do fígado, podendo causar a morte. A distribuição da doença é mundial, sendo que a ocorrência dos diferentes tipos varia de região para região. Ao contrário do que muita gente pensa, nem sempre a pessoa que está com hepatite apresenta sintomas como pele amarela, urina escura e fezes brancas. Em muitos casos, ela é “silenciosa” e, quando diagnosticada, o fígado já está comprometido, dificultando a recuperação do paciente e levando-o ao óbito. No Brasil, estima-se, por exemplo, que cerca de 1,5 milhão de pessoas possam ter tido contato com o vírus da hepatite C e, mesmo assim, desconhecer que tenham sido infectadas. A hepatite C é transmitida por um vírus que ataca o fígado. Pessoas que receberam transfusão de sangue antes de 1993 podem estar contaminadas e, por isso, devem procurar um posto de saúde. Como não há vacina contra a doença, a única forma de evitar é prevenir-se não compartilhando seringas durante o uso de drogas injetáveis nem canudos para cheirar cocaína, além de exigir material esterilizado nos salões de beleza, lojas de tatuagem e piercing e sempre usar camisinha nas relações sexuais. No caso da hepatite B, também transmitida por um vírus e que pode evoluir para a forma crônica, a vacina, de fabricação nacional, está disponível no SUS e é aplicada em recém-nascidos, bem como nos menores de um ano e adolescentes entre 11 e 19 anos de idade. Para o Ministério da Saúde, a difusão de informações sobre prevenção é uma das principais formas de controle da doença. PNHV – O Programa Nacional de Hepatites Virais (PNHV) da SVS foi criado em 2002 para aprimorar ações de controle e de prevenção das hepatites, por intermédio do SUS. Assim como no Programa de DST/Aids, o PNHV também mantém relacionamento com a sociedade civil. Desenvolver ações de prevenção e promoção à saúde, estimular e garantir as ações de vigilância epidemiológica e sanitária e garantir o diagnóstico e tratamento das hepatites são algumas das atribuições do programa no âmbito da SVS. Além disso, o PNVH desenvolve ações articuladas com outras secretarias do Ministério da Saúde e com os gestores estaduais e municipais para ampliar o acesso aos serviços e melhorar a qualidade e a capacidade do SUS em atender os pacientes, em todos os níveis de complexidade. Pesquisa – A SVS firmou, em 2003, convênio com a Universidade de Pernambuco para identificar a prevalência das hepatites virais no Brasil. O convênio prevê investimento de R$ 2,2 milhões em pesquisa, em andamento desde 2004 e que abrangerá cerca de 31,2 mil pessoas a partir dos 5 anos de idade de todas as capitais brasileiras. Segundo a coordenação do PNHV, a previsão é de que a pesquisa seja finalizada até o final deste ano. Fonte: Agência Sáude
SVS aprimora vigilância das hepatite
19/01/2005 | 02:00