RIO – Dez bolsas de Nutrição Parenteral Total (NPT) enviadas pela empresa Ganutre a um laboratório que fazia o controle diário da produção estavam contaminadas com Enterobacter, bactéria encontrada no sangue dos 15 bebês mortos depois de receber a alimentação intravenosa, no Rio. A diretora-geral da Vigilância Sanitária estadual, Maria de Lourdes Moura, disse que o resultado do exame deveria ter ficado pronto antes do uso do produto. “Se todos os indícios de que a contaminação aconteceu na empresa ficarem comprovados, ela pode ter a licença cassada”, informou Maria de Lourdes, durante audiência pública ontem na Assembléia Legislativa do Rio. Ela explicou que o Laboratório Estadual Noel Nutels já identificou a presença de Enterobacter na água da cisterna da empresa. A Nutrição Parenteral Total é uma substância manipulada sob prescrição médica para pacientes em estado grave, geralmente crianças ou idosos, impedidos de se alimentar normalmente. CONTAMINAÇÃO – As bolsas contaminadas foram todas manipuladas no dia 4 de maio. O prazo de validade da solução parenteral é de 48 horas. No dia 6, a Ganutre enviou à Vigilância Sanitária estadual a relação dos hospitais e pacientes que receberam as bolsas manipuladas naquele dia. De acordo com o relatório, 67 pacientes foram medicados com o NPT. Desses, 15 bebês morreram (22,38%) e 32 (47,76%) estão sob suspeita de contaminação. Daniele Antunes Rufino é mãe de uma das crianças que morreram contaminada. Ela perdeu a filha no hospital Carmela Dutra e pede providências ao Governo. A Vigilância Sanitária indica que a provável causa de contaminação foi o uso de um filtro d´água rachado na sala ao lado do setor de manipulação. Era o lugar utilizado pelos manipuladores para lavar as mãos e higienizar as ampolas de nutrientes. Da Assessoria De Imprensa do Cremepe. Com Informações do Jornal do Commercio.
Soro contaminado foi distribuído antes de teste
14/05/2004 | 03:00