APM, ABTO e FIESP promovem debate para conscientizar os cidadãos e estimular práticas ágeis e eficazes entre médicos, profissionais de saúde e órgãos responsáveis por captação Em 12 de maio de 2009, a partir das 8h, o Teatro Sesi – Avenida Paulista, 1313 – será palco do Simpósio de Doação de Órgãos e Transplantes no Brasil. Promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) e Associação Paulista de Medicina (APM), por meio do seu Departamento de Ações Comunitárias, visa a esclarecer e conscientizar a população sobre a importância das doações, além de estimular práticas ágeis e eficazes entre médicos, profissionais de saúde e órgãos responsáveis, por captação, transporte e transplante. De 1999 a 2004, o número de doações e transplantes cresceu até 150% em todo o território nacional. De 2005 até o início de 2007, porém, houve uma queda brusca. Mas o crescimento foi retomado a partir do segundo semestre daquele ano. Em 2008, o Brasil chegou ao índice de 7.2 doações por milhão de população (pmp). No primeiro trimestre de 2009, já está em 8.0 pmp, objetivando chegar a 8.5 pmp até o término de dezembro. A discussão principal se dará em torno deste cenário, com ênfase para quatro temas considerados fundamentais para a melhoria de performance nessa área vital para o salvamento de vidas. Haverá o aprofundamento especial sobre o financiamento, uma vez que o Governo disponibiliza um fundo para subsidiar todo o processo de doação e transplantes, tecidos e células, os honorários médicos e o fornecimento vitalício dos medicamentos imunossupressores. O valor deste fundo atingiu R$ 550 milhões em 2008. Também estarão na pauta do Simpósio a atual legislação e novos projetos de lei sobre doação e transplante, além de ações organizacionais com foco nas melhorias hospitalares e na formação de coordenadores de transplantes, e ainda os investimentos educacionais, tanto para a população, profissionais de saúde e instituições. “Discutir as vertentes responsáveis pelo aprimoramento nas doações e transplantes é essencial, especialmente nas questões relacionadas com organização e educação. Temos um planejamento que consiste no aumento de 1.5 doador pmp a cada ano, para chegar enfim à marca de 20 doadores pmp, na próxima década. Este evento na FIESP servirá de respaldo para este desenvolvimento amplo”, comenta dr. Valter Duro Garcia, presidente da ABTO. Para a dra. Irene de Lourdes Noronha, professora livre docente da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, coordenadora do Programa de Transplante de Rim e Pâncreas do Hospital Beneficência Portuguesa e uma das palestrantes do Simpósio, a taxa de doação no Brasil, apesar do aumento obtido em 2008 de 7,2 pmp, ainda é modesta se comparada ao país líder, a Espanha, que tem 34 doadores pmp, e os Estados Unidos, que estão em 24 pmp, enquanto que o Chile e a Argentina já estão na marca de 10 pmp. “De 2007 para 2008, contabilizamos um crescimento significativo no número de transplantes. Os transplantes de rins aumentaram 9,2%, principalmente à custa do emprego de doador falecido, e aumento de 15,8% nos transplantes de fígado”, comemora. Houve aumento também nos transplantes de coração (25%), de pulmão, (15,2%), e de rim-pâncreas, 9,8%.
Processo de doação e transplante Para a constatação do óbito, são realizados testes clínicos por dois médicos que não fazem parte das equipes de transplantes, sendo um deles o neurologista e a comprovação definitiva ocorre por um método complementar, como eletroencefalograma e angiografia cerebral. A partir disto, é preciso correr contra o tempo, uma vez que a vida útil do órgão deve ser preservada. Se bem conservado, o coração tem duração de 4 horas, o fígado, de 12 a 24 horas, e os rins, 36 a 48 horas. A Central de Transplantes é a responsável pelo recebimento da notificação da morte encefálica, pela captação e distribuição de órgãos. Atualmente, cada estado segue um modelo de procura de órgãos, através de OPOs (Organização de Procura de Órgãos), coordenadores hospitalares ou CNCDOs (Centrais de notificação, captação e distribuição de Órgãos). Fatores como a recusa familiar, uma vez que a doação só é feita mediante à anuência dos familiares e falta de infraestrutura hospitalar para a captação são alguns responsáveis pelo índice atual de perdas.
Confira a programação 8h às 8h30 Abertura
Transplante de órgãos no Brasil Coordenador da mesa – Dra. Yvonne Capuano – FIESP 8h30 às 8h45 Situação do transplante de órgãos no Brasil Dr. Valter Garcia – presidente da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) 8h45 às 9h Benefícios do transplantes Dra. Irene Lourdes Noronha – coordenadora do Programa de Transplante de Rim e Rim-Pâncreas do Hospital Beneficência Portuguesa 9h às 9h15 Etapas do processo de doação – transplante com doador falecido Dr. Joel Andrade – coordenador da Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos e Tecidos do Estado de Santa Catarina
Legislação de transplante no Brasil Coordenador da mesa – Prof. Dr. Marco Amatuzzi – FIESP 9h15 às 9h30 Situação atual da legislação de transplante no Brasil Dra. Cristina Castro – médica assistente da Unidade de Transplante Renal do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo 9h30 às 9h45 Proposta de melhoria da legislação de transplante no Brasil Dr. Mário Abbud Filho – diretor do Centro de Transplante da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP). 9h45 às 10h Discussão 10h às 10h30 Intervalo
Modelos de organização de doação e captação de órgãos Coordenador da mesa – Prof. Dr. Agenor Ferraz – Consultor da Central de Transplantes da Secretaria de Estado da Saúde do Rio de Janeiro 10h30 às 10h45 Situação atual da organização do processo de doação de órgãos Prof. Dr Henry Campos – prof. dr. da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará 10h45 às 11h Proposta de melhoria para a organização do processo de doação de órgãos Dr. Reginaldo Boni – médico da Central de Transplantes do Estado de São Paulo 11h às 11h15 Discussão
Financiamento para transplante no Brasil Coordenador da mesa – Prof. Dr. José da Silva Guedes – Professor de Medicina Social da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de SP 11h15 às 11h30 Situação atual do financiamento para transplante no Brasil Dr. José Ben-Hur Ferraz-Neto – vice-presidente da ABTO 11h30 às 11h45 Proposta de melhoria para o financiamento para transplante no Brasil Dr. José Medina – diretor do Programa de Transplante do Hospital do Rim 11h45 às 12h Discussão
Educação na doação e no transplante Coordenador de mesa – Dr Gabriel Oselka – Coordenador do Centro de Bioética do CREMESP 12h às 12h15 Situação atual da educação na doação e no transplante Dra. Janine Schirmer – Coordenadora do Curso de Especialização em Doação e Transplante de Órgãos da UNIFESP 12h15 às 12h30 Proposta de melhoria para educação na doação e no transplante Dra. Bartira de Aguiar Roza – coordenadora do Departamento de Enfermagem da ABTO 12h30 às 12h45 Discussão 12h45 às 13h Considerações finais – dr. Valter Garcia Encerramento
Simpósio de Doação de Órgãos e Transplantes no Brasil Data: 12 de maio de 2009 Horário: das 8h às 13h Local: Teatro Sesi Endereço: Avenida Paulista, 1313 – Cerqueira César – São Paulo – SP