Matéria de capa da revista Isto É desta semana levou o senador José Maranhão (PMDB-PB) a protestar contra a situação de “penúria e desrespeito” vivida pela população que recorre aos hospitais públicos no país. Segundo o parlamentar, pesquisa do Ministério da Saúde revelou que mais de 90% dos brasileiros são usuários, direta ou indiretamente, do Sistema Único de Saúde (SUS). – Trata-se de mais de 164 milhões de pessoas que dependem de ações governamentais para ter acesso aos serviços de saúde – ressaltou o senador, acrescentando que esses serviços devem ser compatíveis “com a brutal carga tributária” do país. Maranhão lamentou a carência de recursos humanos e de infra-estrutura, frisando que os resultados de programas federais criados para melhorar a relação entre o usuário e o atendimento hospitalar, como o Humaniza SUS e o QualiSUS, são insatisfatórios. Considerou ainda ínfimos os gastos da União com saúde – cerca de R$ 34 bilhões em 2004. De acordo com o senador, a Argentina destina duas vezes mais recursos para esse setor. – A cultura do mau atendimento, com raríssimas exceções, faz parte do dia-a-dia do serviço de saúde pública. O sistema opera com funcionários sem adequado treinamento, superlotação das unidades, insensibilidade às reivindicações dos pacientes e equipamentos e acomodações desconfortáveis, sujas e impróprias – afirmou. Em aparte, o senador Alberto Silva (PMDB-PI) sugeriu a ampliação da terceirização do SUS como saída para superlotação e para o atendimento precário em hospitais públicos. Maranhão discordou da proposta, lembrando que a assistência à população também é precária em hospitais privados conveniados ao sistema. Fonte: Agência Senado