A Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) promove no dia 29 de agosto, Dia Nacional de Combate ao Fumo, uma série de eventos educativos nas principais capitais do Brasil com o intuito de sensibilizar o maior número possível de pessoas sobre os males causados pelo consumo do tabaco e seus derivados. A preocupação com os fumantes passivos será um dos pontos principais dos eventos, já que a cada dia pelo menos sete brasileiros morrem por doenças provocadas pela exposição passiva à fumaça do tabaco. De acordo com recente estudo realizado por pesquisadores do Instituto Nacional de Câncer (INCA) e do Instituto de Estudos de Saúde Coletiva da UFRJ, pelo menos 2.655 não-fumantes morrem a cada ano no Brasil por doenças atribuíveis ao tabagismo passivo. A maioria das mortes ocorre entre mulheres (60,3%). De cada 1.000 mortes por doenças cérebro-vasculares, 29 são atribuíveis à exposição passiva à fumaça do tabaco. A proporção é de 25 para 1.000 no caso de doenças isquêmicas e de 7 para 1.000 mortes por câncer de pulmão. Os óbitos de mulheres são de 1,3 a 3 vezes mais elevados que os de homens. Das 2.655 mortes, 1.601 foram de mulheres. A faixa etária que registra maior ocorrência, tanto em homens quanto em mulheres, é de 65 anos ou mais. Os cálculos incluem, além do número de mortes, dados sobre prevalência, ou seja, sobre a proporção da população exposta ao tabagismo passivo. A fonte dessas informações foi o Inquérito Domiciliar Sobre Comportamentos de Risco e Morbidade Referida de Doenças e Agravos não Transmissíveis realizado em 15 capitais brasileiras e Distrito Federal pelo INCA e Secretaria de Vigilância em Saúde em 2003. A população de estudo do Inquérito foi representada por 23.457 indivíduos, residentes em 10.172 domicílios. O tabagismo é a segunda maior causa de morte no mundo. Metade dos fumantes regulares, cerca de 650 milhões de pessoas, poderão morrer por causa de alguma doença relacionada ao tabaco. Igualmente alarmante é o fato de que centenas de milhares de não fumantes morrem a cada ano por respirarem a fumaça do cigarro. O cigarro mata cerca de cinco milhões de pessoas no mundo por ano. Só no Brasil ele é responsável por 200 mil mortes. Em seus oito centímetros de extensão, o cigarro carrega mais de 4.700 substâncias tóxicas, como nicotina, monóxido de carbono e o alcatrão, que é constituído por aproximadamente 48 substâncias pré-cancerígenas, incluindo agrotóxicos e substâncias radioativas, dentre elas: amônia, cetonas, arsênico, níquel, benzopireno, cádmio, chumbo, responsáveis por irritações nos olhos, nariz, garganta e paralisia dos movimentos dos cílios dos brônquios, além de doenças como o enfisema, a DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica) e diversos tipos de câncer. Considerada pela OMS a principal causa de morte evitável em todo o mundo, o tabagismo é diretamente responsável ainda 90% das mortes por câncer de pulmão (entre os 10% restantes, 1/3 é de fumantes passivos), por 30% das mortes decorrentes de outros tipos de câncer (de boca, laringe, faringe, esôfago, pâncreas, rim, bexiga e colo de útero), por 25% das mortes por doença coronariana – angina e infarto do miocárdio, por 85% das mortes causadas por bronquite, enfisema e DPOC, e por 25% das mortes por doença cerebrovascular. Os números do tabagismo: – 200 mil mortes por ano no Brasil (23 pessoas por hora); – 30% da população adulta do Brasil fuma, segundo a Abifumo; – Quem fuma mais de 20 cigarros por dia vive, em média, 22 anos a menos; – A OMS apurou que em 1998 havia no mundo 700 milhões de crianças fumantes passivas; – 7 a 9 segundos é o tempo gasto pela nicotina para chegar ao cérebro do fumante; – A OMS estima que um terço da população mundial adulta, isto é, 1 bilhão e 300 milhões de pessoas, sejam fumantes. Fonte: SBPT
SBPT promove eventos educativos no dia 29 de agosto
27/08/2008 | 03:00