
Segundo ele, não houve mudança concreta, “muito embora o diretor do Hospital de Base tenha dito que fez investimentos na parte física e que terá atendimento em parceria com Hospital do Câncer de Barretos”. “Não vimos esses investimentos, o que vimos foi o mesmo caos que havia em fevereiro, aliás, pior”, ressaltou D’Ávila.
Em fevereiro visitamos esses mesmos hospitais e, infelizmente, a situação piorou, avaliou o presidente do CFM, Roberto Luiz D’Ávila
O vice-presidente do CFM, Carlos Vital, também mostrou decepção ante o quadro classificado por ele como “desumano” encontrado, principalmente, no João Paulo II. “Permanece a situação, eu diria, inaceitável em termos de assistência à Saúde Pública. Há carência, não só de recursos humanos, mas de espaço físico e de materiais. Em síntese, não há como se compreender um atendimento de emergência naquelas circunstâncias. Permanece o status quo de incapacidade de atendimento de emergência”.
A vinda da executiva do CFM a Rondônia foi em atenção à solicitação do Conselho Regional de Medicina (Cremero). A expectativa, segundo informou a presidente da autarquia, Maria do Carmo Demasi Wanssa, é de que o Governo reabra o diálogo com as entidades médicas em busca de uma solução prática para o problema da saúde. “A solução passa por um processo de determinação política”, acentua.
In loco – O presidente do CFM disse que tinha ouvido falar sobre o estado de guerra em que se encontra o hospital e pronto socorro João Paulo II, “mas nunca imaginei que estivesse tão ruim”.
Além do odor de fezes, que se junta ao de urina e secreções, havia, no momento da visita dos médicos, um paciente morto ao lado dos doentes. “Cobriram o morto com lençol quando passamos. É um ambiente realmente de guerra, não se pode avaliar de outra maneira a total insensibilidade do poder público em permitir que as pessoas sejam tratadas daquela forma”.
OS’s – A questão das Organizações Sociais (OS’s), segundo Roberto D’Ávila é um grande risco para o cidadão, porque, pode haver melhora, mas vai depender muito de qual OS vai assumir a Saúde. “Muitas vezes usam-se as OS’s como subterfúgio para o governo não se submeter mais a fiscalização e acaba-se com as licitações e concursos públicos, ou seja, pode ser prejudicial”.
Fonte: Cremero