O Ministério da Saúde vai marcar a semana em que se celebra o Dia Mundial em Memória das Vítimas de Doenças e Acidentes do Trabalho, em 28 de abril, deste ano, com a inauguração de novos Centros de Referência em Saúde do Trabalhador. Até o próximo sábado, dia 30, 111 centros estarão habilitados, e destes, 99 em funcionamento, em todos os Estados brasileiros. Estes serviços, que integram a Rede Nacional de Atenção Integral à Saúde do Trabalhador (RENAST), são unidades especializadas que vão dar suporte técnico às ações de saúde do trabalhador em todos os níveis de atenção do Sistema Único de Saúde (SUS). Nesta terça-feira, dia 26 de abril, será inaugurado em Rio Branco o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (CRST) Estadual do Acre. No dia 28, será a vez da entrada em funcionamento dos CRST regionais de Sobral (CE), de Joinville (SC) e de Aracajú (SE). Também neste dia, será habilitado o CRST regional de Sete Lagoas (MG). Já no dia 30, será inaugurado o CRST regional de Franco da Rocha (SP). A expectativa é de que até o final do ano de 2006, 200 Centros de Referência em Saúde do Trabalhador estejam habilitados em todo o País, num investimento total estimado de R$ 99 milhões nos anos de 2005 e 2006. Além disso, no dia 04 de maio será inaugurado o CRST regional de Registro (SP). O RENAST começou a ser implantado pelo Ministério da Saúde no ano de 2003 como estratégia de uma ampla política nacional que começou a ser desenvolvida naquele ano, focalizada, principalmente, na atenção integral à saúde dos trabalhadores. A política inclui assistência às vítimas de acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, na atenção básica e de média e alta complexidade de saúde; promoção de ambientes saudáveis; vigilância dos locais de trabalho; desenvolvimento de estudos e pesquisas na área, e estruturação de uma rede de informações sobre saúde do trabalhador. Outras ações de atenção integral à saúde do trabalhador envolvem os Serviços de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU/192), no sentido de que o Programa também registre os casos relacionados a doenças e acidentes de trabalho, e a criação do Observatório de Saúde do Trabalhador na internet. A página traz documentos e pesquisas que apontam indicadores da saúde do trabalhador no Brasil e as políticas públicas desenvolvidas no País para o setor. Perfil – Vale destacar que o perfil da morbimortalidade dos trabalhadores, no Brasil, caracteriza-se pela coexistência de agravos relacionados a condições de trabalho específicas como acidentes de trabalho típicos (aqueles que ocorrem no exercício do trabalho) e as chamadas “doenças profissionais” (que têm o trabalho como única causa); de doenças que têm freqüência, surgimento ou gravidade modificados pelo trabalho, conhecidas como “doenças relacionadas ao trabalho” (o caso das Lesões por Esforços Repetitivos – LER), e doenças comuns ao conjunto da população que não guardam relação de causa com o trabalho, mas limitam a saúde dos trabalhadores (como doenças do coração que impedem atividades que exijam esforços físicos). Sendo que, os acidentes e doenças relacionadas ao trabalho são agravos evitáveis. Também cabe informar que no período de 1999 a 2003, a Previdência Social registrou 1.875.190 acidentes de trabalho, que resultaram em 72.020 casos de incapacidade permanente e 15.293 óbitos (o que significa uma média de 14,84 mortes por 100 mil trabalhadores – coeficiente sete vezes maior do que o da Finlândia, por exemplo). No mesmo período, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) concedeu 854.147 benefícios, entre auxílios-doença por incapacidade temporária e aposentadorias por invalidez, relacionados a acidentes de trabalho. Fonte: Agência Saúde
Saúde do Trabalhador: Ministério inaugura mais seis Centros de Referência no país, um no Acre
26/04/2005 | 03:00