O Ministério da Saúde vai definir quais os procedimentos a serem adotados na prevenção e tratamento dos casos de morte súbita no Brasil. Instituído por portaria ministerial, um grupo técnico formado por membros das sociedades brasileiras de Cardiologia, Medicina do Esporte e de Clínica Médica, além da Associação Médica Brasileira, do Conselho Federal de Medicina e de membros do governo federal, reuniu-se ontem (10), das 11h às 16h, na sede do ministério, para dar início às discussões desses protocolos. De acordo com a coordenadora-geral de Urgência e Emergência do Ministério da Saúde, Irani Ribeiro de Moura, o governo federal vai estudar caso a caso as situações de morte súbita e elaborar protocolos específicos para o enfrentamento desse mal. A maior parte das mortes súbitas ocorre em ambientes não hospitalares. No caso do jogador Serginho, do São Caetano, o problema ocorreu em campo durante uma partida de futebol. Mas essa situação pode ocorrer no shopping, no parque de diversões e em aeroportos. Atualmente, cada um desses ambientes segue diretrizes próprias no atendimento destes pacientes. O grupo técnico irá propor a padronização de procedimentos que permitam o atendimento a qualquer pessoa vítima desse agravo, de acordo com normas definidas pelo governo federal para abordagem nesses casos, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). O grupo também será responsável por avaliar a incorporação de tecnologias (como o desfibrilador automático) no setor e pela definição de diretrizes para capacitação de recursos humanos coerentes com a Política Nacional de Atenção às Urgências, instituída em 2003. No Brasil, as doenças do aparelho circulatório representam a principal causa de óbito no país (32%) e as doenças isquêmicas do coração são responsáveis por até 80% dos episódios de morte súbita. Além disso, as miocardiopatias hipertróficas e as doenças congênitas do coração também induzem à morte súbita, em especial, em atletas e jovens. Todas essas afecções serão alvo dos debates do grupo, importantes para a elaboração de propostas de intervenção que produzam efeito protetor em relação a cada uma das doenças. Samu/192 – Desde o ano passado, o Ministério da Saúde trabalha para assegurar ao brasileiro acesso a um serviço médico de urgência gratuito com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu/192). É um serviço de socorro pré-hospitalar móvel, em implantação no âmbito do SUS, que chega rapidamente às pessoas, em qualquer lugar que se encontrem, após qualquer problema de saúde urgente que possa levar ao sofrimento ou até mesmo à morte, fazendo o atendimento de urgências clínicas, traumáticas, obstétricas, pediátricas e psiquiátricas. Esse atendimento é feito por equipes de profissionais de saúde que recebem as chamadas feitas para o telefone 192. Os pedidos são atendidos nas centrais de regulação por um médico, presente 24 horas por dia. O Samu está presente em 210 municípios brasileiros, atendendo a mais de 46,6 milhões de pessoas. Grupo Técnico – Fazem parte do grupo técnico, representantes do Departamento de Atenção Especializada e da Coordenação-Geral de Urgência e Emergência do Ministério da Saúde, da Associação Médica Brasileira, Conselho Federal de Medicina, Hospital de Referência em Atendimento às Urgências, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu/192), Sociedade Brasileira de Cardiologia, Sociedade Brasileira de Clínica Médica e Sociedade Brasileira de Medicina Esportiva. Fonte: Ministério da Saúde
Saúde busca definir normas para atendimento em casos de morte súbita
11/11/2004 | 02:00