Um dos grandes desafios que a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) vem enfrentando é a falta de especialistas em pneumologia em algumas regiões do país. Este foi um dos temas em debate no XII Congresso Médico de Pneumologia e Tisiologia do Estado do Rio de Janeiro, dias atrás, na capital carioca. Presente na discussão, a presidente da SBPT, dra. Jussara Fiterman, atestou a dificuldade dos cidadãos cariocas em encontrar um pneumologista na rede básica de saúde. “Considerando que as doenças respiratórias representam as causas mais importantes de morte e de hospitalização, e sendo uma parcela significativa desta demanda de emergência, a falta de pneumologistas contratados na rede pública parece estar no contra-fluxo do atendimento mais especializado”, avalia. A falta de aparelhos no sistema público, entre eles o espirômetro, que mede a capacidade respiratória dos pulmões, é também preocupação constante da entidade. “Falta também a devida atenção das autoridades responsáveis no quesito medicação. Doenças como asma e DPOC, que necessitam de uma importante intervenção medicamentosa, não são atendidas adequadamente por falta de medicações. Porém, está previsto que em 2020 a DPOC seja a terceira causa de mortes no mundo”, alerta dra. Marina Andrade Lima, diretora científica da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. Em tempos de adesão à lei antifumo em diversos estados brasileiros, dra. Marina destaca que o governo deveria investir também nas terapêuticas para o tabagismo. “Não há tratamento disponível na rede pública e nos hospitais universitários não é possível atender à demanda. Na prática, faltam bons programas antitabaco acessíveis à população”, completa. Em contrapartida, as universidades cariocas investem em avanços de ponta na pneumologia. Este ano, a Universidade Federal do Rio de Janeiro iniciou uma linha de transplante de células-tronco para doenças pulmonares, mais especificamente para a silicose. A doença é causada pela sílica, uma micropartícula da areia. A expectativa é que, até 2010, pacientes com asma também sejam contemplados com este modelo terapêutico. Trágico cenário da tuberculose Os estados com maior incidência da tuberculose são Amazonas e Rio de Janeiro. A região centro-oeste apresenta o menor índice de casos. Em todo o país, são 46 casos, em média, por 100 mil habitantes. No estado fluminense chega a 93 casos para 100 mil; só na Rocinha, onde fica a maior favela brasileira, são 400 ocorrências, ou seja, mais de quatro vezes do que a média no território nacional. São taxas semelhantes às de muitas regiões na África subsaariana. “Esses altos índices se devem à situação urbana desorganizada desses locais. São áreas com baixo índice de qualidade de vida. Pode-se dizer que a tuberculose é um marcador deste quadro e também da qualidade do serviço público de saúde”, avalia dr. Marcus Barreto Conde, presidente da Comissão de Tuberculose da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. No Brasil, o tratamento da tuberculose é padronizado, com duração de seis meses, e a medicação é distribuída gratuitamente. Os Programas de Controle da Tuberculose, tanto nacional quanto regionais, têm profissionais comprometidos e que se empenham verdadeiramente no combate à doença. “Pode-se dizer que os profissionais de saúde prestam um atendimento adequado aos pacientes sob suspeita de tuberculose e que todas as unidades de saúde do Rio de Janeiro possuem a medicação disponível para tratamento”, comenta dra. Marina. No entanto, os salários dos profissionais de saúde da rede publica são baixos, as condições de trabalho nem sempre adequadas e a rede laboratorial de suporte ao diagnóstico da tuberculose insuficiente. Além disto, é preciso disponibilizar exames mais sensíveis para diagnóstico, como, por exemplo, a cultura, para todos os indivíduos com suspeita da doença. “Não tem sentido que o Ministério da Saúde preconize a realização do teste anti-HIV para todos os pacientes com suspeita ou diagnóstico firmado de tuberculose e não disponibilize a cultura, cujo custo é muito inferior, para estes mesmos indivíduos”, opina dr. Marcus. Apesar das dificuldades, as equipes que prestam este atendimento desenvolvem ações inclusive dentro das comunidades, permitindo uma redução no número de casos. Aliás, já é possível notar os resultados, uma vez que houve queda de 14% na taxa de incidência de tuberculose nos últimos 7 anos no Rio de Janeiro. Um dos entraves ao trabalho das equipes de saúde é a violência que permeia as favelas, dificultando que o programa atinja os moradores destas regiões com maior propensão de casos. “A despeito da gravidade dos problemas tanto para o atendimento quanto para o diagnóstico e tratamento, existem grandes avanços, como o aumento no número de medicações no esquema terapêutico, a exemplo do que já ocorre em todo o mundo, que de três passaram a ser quatro; o desenvolvimento de estratégias de busca ativa por pacientes nas regiões com qualidade de vida piorada, entre outros. Faltam ainda investimentos públicos na estrutura laboratorial para o diagnóstico nas unidades de saúde, na melhora dos índices de qualidade de vida da população e na remuneração digna dos profissionais da área de saúde pública, diminuindo a migração desses para área privada de saúde como ocorre atualmente”, finaliza dr. Marcus. Fonte: SBPT

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