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A Frente Parlamentar da Saúde se reuniu, nesta sexta-feira (3/10), com a Associação Médica Brasileira (AMB), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e representantes de faculdades de Medicina do Estado de São Paulo, além de lideranças de outras áreas ligadas ao setor, para discutir o ensino de Medicina no Brasil. A reunião, promovida e realizada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), em São Paulo, levantou os principais problemas enfrentados no setor, como a abertura indiscriminada de novos cursos, a deficiência dos currículos, a má remuneração dos professores e a crise econômica dos hospitais universitários. Para o presidente da AMB, Eleuses Vieira de Paiva, esta foi a primeira de uma série de novas reuniões que devem acontecer também em outras universidades do país, já que o problema não é local: “Em poucos anos, o número de escolas médicas duplicou. Hoje, temos 116 cursos no Brasil, sem contar os que conseguiram permissão para funcionar a partir de 2004. São cerca de 10 mil profissionais médicos formados a cada ano, um número muito maior do que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde, que é um médico para cada mil habitantes”, explicou. Segundo o do deputado Rafael Guerra (PSDB- MG), presidente da Frente Parlamentar, essa realidade contribui para a banalização da Medicina: “É absurda a quantidade de médicos, com diploma, despreparados para o exercício da profissão e sem qualquer noção de ética”. Todos os presentes – parlamentares, representantes de entidades médicas, professores e alunos – foram unânimes no discurso de que é necessário barrar a abertura de novos cursos e fazer uma avaliação mais rigorosa dos que estão em funcionamento. “É preciso que a sociedade entenda que nossa bandeira não é corporativista, não queremos fazer reserva de mercado. Queremos uma saúde de melhor qualidade para a população”, afirmou Guerra. O deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) completou, afirmando que o médico com má formação “erra mais, pede exames desnecessários e, conseqüentemente, custa mais caro”, seja para a saúde pública, seja para a saúde suplementar. Decisões Durante a reunião, foram levantadas quatro principais propostas: a elaboração de um documento, assinado pela Frente Parlamentar, pelas entidades médicas e pelas lideranças universitárias, apresentando a situação crítica da educação médica, documento este que será apresentado durante a 12º Conferência Nacional da Saúde e encaminhado para os Conselhos Nacionais de Saúde e de Educação; o agendamento de reunião com o ministro da Educação, Cristovam Buarque, para discutir a aprovação de funcionamento de novas faculdades; a publicação de informes, na imprensa, esclarecendo a população sobre a questão; e a formação de uma comissão, com parlamentares, entidades e universidades, para discutir detalhes e colocar em prática o que foi proposto. A deputada Angela Guadagnin (PT-SP) exemplificou a necessidade de esclarecer a sociedade: “Se fizermos uma pesquisa com o povo na rua, o resultado vai ser favorável à abertura de novos cursos porque, assim, teremos mais médicos, mais acesso à saúde. Só que as pessoas não imaginam o tipo de profissional que está sendo formado”. Para o vice-presidente da AMB Região Centro-Sul e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), José Luiz Gomes do Amaral, “uma boa formação é a que produz um médico capaz de se aprimorar e não um técnico que só aplica fórmulas comprovadas”. Ele salientou a importância da valorização dos professores como fundamental à melhoria da qualidade do ensino, além da necessidade de se gerar condições para que os profissionais se fixem em regiões do país que necessitem de mais médicos. “Não se soluciona a má distribuição de médicos pelo país com a produção indiscriminada de mais profissionais”, afirmou. Quanto aos hospitais universitários, o diretor da FMUSP, Giovanni Guido Cerri, classificou a crise econômica por que passam de “sem precedentes”, devido ao teto estabelecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) que, limitando o repasse de verbas, limita também o atendimento à população. “Os principais usuários dos hospitais universitários, as grandes vítimas dessa crise, são, justamente, as pessoas mais carentes”. Homenagem Ao final do encontro, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), que é formado em Medicina, recebeu das mãos do deputado Rafael Guerra, uma placa em homenagem à sua colaboração para a implantação da Frente Parlamentar de Saúde e à sua disposição em colaborar com as questões políticas que envolvem a saúde. FONTE: AMB

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