Considerada o padrão-ouro na formação de especialistas, a residência médica não está isenta de problemas e deve ser aperfeiçoada. Esta foi a conclusão da mesa redonda “Residência Médica e outros modelos de formação de especialistas”, que na tarde do dia 25 de julho, dentro da programação do 3º Fórum de Integração do Médico Jovem, analisou as visões da Associação Nacional de Residência Médica (ANMR), da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) e do Conselho Federal de Medicina (CFM) sobre a formação de especialistas.

A visão da ANMR foi apresentada pelo presidente da Associação, Juracy Barbosa, e pelo presidente da Associação Médica dos Residentes do Ceará (AMRCE), Euler Sauaia. Segundo as lideranças médicas, as principais denúncias recebidas pela ANMR estão relacionadas ao assédio moral praticado pelos professores, carga horária excessiva e estruturação dos programas. Sauaia também defendeu a valorização da residência médica e não dos cursos de especialização e uma maior definição sobre o campo de atuação de cada especialidade. Acesse a apresentação aqui.

Em seguida, a secretária-executiva da CNRM, Rosana Leite Melo, explicou como está estruturada a residência médica no Brasil e a evolução dela historicamente. Para Rosana Melo, é preciso assegurar a pertinência e a qualidade dos cursos. “A formação do especialista na Residência Médica não garante, por si só, a qualidade”, afirmou. A visão do CFM sobre a formação de especialista foi apresentada pelo 1º vice-presidente da entidade, Mauro Ribeiro. “Cursos de especialização não formam especialistas, cujo título só pode ser obtido nos cursos de residência médica, ou nos concursos organizados pelas sociedades de especialidade”, defendeu. Acesse a apresentação aqui.

Mercado de Trabalho – Após a mesa redonda, o professor de Urologia da Faculdade de Medicina da Universidade e membro da Comissão de Integração do Médico Jovem, Paulo Amaral, fez uma apresentação sobre o mercado de trabalho do médico. Após discorrer sobre os impactos das mudanças sociais no trabalho médico, concluiu que a situação enfrentada pelos médicos jovens é muito diferente daquela vivida por quem entrou no mercado de trabalho há vinte anos.

“Nós, que ainda não chegamos aos 40 anos, tivemos professores que foram formados em uma época em que rapidamente era possível obter a estabilidade na profissão, geralmente conciliando um emprego público com um consultório. E esses valores foram repassados em sala de aula. Só que essa realidade não existe mais”, argumentou. Além de o serviço público ter deixado de contratar por concurso público, o mercado tende à saturação. “A velocidade está ditando o mercado de trabalho e a forma como vamos interagir com o paciente. Temos, então, de nos adaptar a este novo formato. Se remarmos contra, vamos nos deprimir e não vamos praticar uma boa medicina”, ponderou. Acesse a apresentação aqui.

Para Mauro Ribeiro, que participou dos debates, antigamente o médico poderia escolher onde morar, hoje ele não tem esta alternativa. “E a nossa profissão não nos permite sermos ruins ou regulares. Temos de ser bons ou excelentes. O conselho que dou, inclusive para dois filhos meus que estão se formando em medicina, é que cada um escolha a área de atuação com a qual mais se identifique, defina onde quer morar e faça uma boa residência médica. Só o talento vai garantir a inserção em um mercado de trabalho cada dia mais saturado”, aconselhou. Acesse a apresentação aqui.

Sistema conselhal – Após o debate, o presidente do Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp), Lavínio Nilton Camarim, deu uma conferência sobre “O papel do Conselho na proteção da sociedade”. Para Camarim, disciplinar não é uma tarefa fácil, “pois implica mexer com muitos interesses e vaidades”. Apesar das dificuldades, o sistema conselhal deve agir, “pois um mau médico é uma bomba relógio pronta a disparar contra a sociedade”, afirmou.

Para o presidente do Cremesp, o sistema conselhal deve realizar mais fiscalizações, até como forma de proteger o trabalho do médico. “A maioria das agressões ocorrem nas urgências e emergências, que apresentam péssimas condições de trabalho. As fiscalizações podem contribuir para melhorar esses locais e, consequentemente, o atendimento à população”, argumentou. Acesse a apresentação aqui

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