Nesta quarta-feira, os médicos estarão mobilizados no Dia Nacional de Protesto contra o quadro da saúde pública no Brasil, que vive um momento dramático. O Conselho Federal de Medicina, a Associação Médica Brasileira e a Federação Nacional dos Médicos, com a participação das entidades médicas dos Estados, vão promover manifestações que vão da leitura de manifesto, visita a autoridades até a interrupção dos serviços por algumas horas. As entidades médicas dos Estados vão definir a programação. Urgência Segundo as entidades promotoras do Dia Nacional de Protesto dos médicos há urgência no estabelecimento de uma política competente, que assegure qualidade no atendimento, melhores equipamentos, e uma remuneração digna como já se remunera outras categorias de servidores com formação equivalente. A tabela do SUS é classificada como “vergonhosa”. Mesmo depois do aumento da tabela do SUS, anunciado em outubro pelo Ministério da Saúde, os médicos são obrigados a acumular empregos, o que se reflete na qualidade do serviço. O SUS paga ao médico R$ 10 por consulta. Incentivam ao parto normal e remuneram apenas R$ 236 para aquele que fica disponível por horas para tal atendimento. Assim como vários procedimentos como amigdalectomia ou cirurgia de amídalas (R$ 115), postectomia ou cirurgia de fimose (R$ 42), apendicectomia ou cirurgia de apendicite (R$ 211), atendimento ao recém nascido na sala de parto pelo pediatra (R$ 27,60). Neste ambiente, cabe às entidades médicas exercerem suas funções institucionais, conciliando os interesses da classe que representam com o direito dos cidadãos a um atendimento decente. Bandeiras de luta As bandeiras de luta dos médicos, que segundo os dirigentes do Pro-SUS está apenas começando, já foram definidas: • tornar o serviço público eficiente na área da saúde; • melhor estrutura, melhor atendimento; • reajuste de 100% do montante destinado aos honorários médicos do SUS; • piso de R$ 6.963,52 por 20 horas de trabalho (conforme recomendação do último Enem). • carreira de Estado e implantação de plano de cargos e salários para os médicos no SUS. Com a aprovação da regulamentação da Emenda 29 na Câmara dos Deputados, os médicos discutem como aproveitar o momento político para alertar a população sobre a crise na saúde. “É hora de nós demonstrarmos a insatisfação dos médicos com a baixa remuneração e com as condições precárias de trabalho, que prejudicam o atendimento à população”, destaca o coordenador da Comissão Pro-SUS, Geraldo Guedes.
Quarta-feira, 21 de novembro, médicos vão parar em vários estados
19/11/2007 | 02:00