“Oportunidade única”; “os palestrantes são muito qualificados e os temas são atualizados”; “agregaram tanta gente de diversas áreas com perspectivas tão diferentes”. Estas foram algumas das declarações feitas por participantes da 16ª edição da Conferência Mundial de Bioética, Ética Médica e Direito da Saúde, realizada na sede do Conselho Federal de Medicina (CFM), em Brasília (DF), entre os dias 24 e 26 de julho, ao longo do encontro. A avaliação geral do público presente, do Brasil e do exterior, foi positiva em relação às discussões e troca de conhecimentos na área durante os três dias.
No evento inédito no continente americano, que contou com a participação de mais de 200 palestrantes e expositores e quase 500 pessoas inscritas, renomados profissionais e acadêmicos ofereceram ao público uma plataforma internacional para debates científicos qualificados sobre mais de 70 tópicos e subtópicos em diferentes áreas. O estudante de direito Igor Thawan, que apresentou seu trabalho sobre fertilização em vitro com diagnóstico genético pré-implante, lembrou que a bioética não caminha apenas com elogios e que a discordância também foi fundamental para a evolução dos trabalhos no evento.
“Teve gente que elogiou e teve gente que criticou o meu trabalho. Mesmo os que criticaram vieram fazer sugestões para melhorar a fim de promover um debate saudável. E isso é importante nesse debate: nunca é pessoal. Ele é muito voltado ao assunto”, disse. Educação em Bioética, Consentimento Informado, Ética dos Cuidados Paliativos, Ética em Saúde, Ética da Saúde Pública, Autonomia, Genética: Aspectos Éticos, Ética da Reprodução, Ética do Fim da Vida e Direito e Ética foram alguns dos temas propostos.
Para o advogado Evandro Alencar, doutorando em bioética e que já realizou estudos na área de direitos reprodutivos relacionados a pessoas com deficiência, o evento conseguiu reunir os maiores especialistas de diversos temas da bioética, da medicina e do direito e colocou em pauta a bioética como ferramenta importante para solucionar conflitos na área da medicina, do direito e da interdisciplinariedade que existe na prática da saúde. “Valeu muito a pena. Os palestrantes são muito qualificados e os temas, atualizados”, comentou.
A chefe do Setor de Comissões Técnicas do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), Ingrid Atayde, lembra que a bioética é um tema extremamente relevante e vem com o relacionamento que nós temos entre as espécies, então não só entre seres humanos, não só entre animais humanos, mas também os animais não humanos e o meio ambiente. “Essa discussão se transborda para todas as questões relacionais de uma saúde”, disse.
Filha de médicos, a estudante de medicina de Belém do Pará Camila Fernandes Caldato, de 20 anos, contou que ficou sabendo do evento por conta do pai e da mãe, que são formados na área de bioética, e que teve uma experiência única em Brasília. “Nós tivemos várias matérias de bioética ao longo do curso, mas eu nunca tinha tido uma visão de outros países, como eu estou tendo aqui. Era, afinal, a visão brasileira das nossas leis, a nossa perspectiva, e é interessante ver as discordâncias e até mesmo outros olhares sobre as mesmas dinâmicas, as mesmas condutas que nós temos. Realmente, eu achei uma oportunidade muito única”, relatou.