
Salomão Rodrigues: prisões, ruas e Caps são os manicômios de antes
Até o início dos anos 1960, a assistência psiquiátrica se resumia ao asilamento dos pacientes. Com o surgimento dos psicofármacos, os moradores de instituições psiquiátricas diminuíram progressivamente. A revolução dos medicamentos que melhorou a qualidade de vida e o prognóstico dos doentes.
Na avaliação de Salomão Rodrigues, a partir dos anos 1990, ao mesmo tempo que os medicamentos melhoraram a qualidade da assistência, houve uma criminosa desassistência. “Tínhamos um modelo ruim que foi trocado por um pior. O médico foi excluído, os medicamentos foram sonegados. As prisões e as ruas estão repletas de portadores de doenças mentais e, os Centros de Atenção Psicossocial (Caps), hoje, não cumprem o papel esperado tendo se convertido em espaços de baixa resolutividade à semelhança dos manicômios de antigamente. Foi um período das trevas na assistência psiquiátrica. Só agora, nos anos 2020, estamos iniciando o tempo da ciência na assistência psiquiátrica pública brasileira”, explica Salomão Rodrigues.
Com a implementação da Resolução nº 32/17 e da Portaria nº 3.588/17, a expectativa é que o cidadão tenha acesso facilitado ao tratamento integral, além da assistência dos profissionais que compõem a equipe, de acordo com sua necessidade e com orientação aos familiares. Quanto mais precocemente for iniciado o tratamento, melhor será o futuro do paciente.
“A população terá a garantia da assistência correta, científica, integrando o espectro assistencial com médicos, psicólogos, terapeutas ocupacionais, educadores físicos, assistentes sociais e todos que forem necessários para a abordagem correta”, pontua Emmanuel Cavalcanti.