No encerramento do IV Congresso Brasileiro de Humanidades Médicas, foi anunciado que a quinta edição do encontro deverá acontecer em Florianópolis (SC), em 2015. O presidente do evento, Roberto Luiz d’Avila, considerou o conjunto das atividades – realizadas entre os dias 5 e 7 de novembro – proveitosas ao avanço do projeto do Conselho Federal de Medicina (CFM) de estimular o aumento da interface entre a medicina e outras áreas do conhecimento, em especial as ciências humanas.
“Todos os participantes e convidados ganharam o entusiasmo necessário para transformar seu círculo profissional e de interação”, afirmou. De acordo com d’Avila, as exposições trouxeram importante contribuição para o desenvolvimento das discussões sobre humanidades. “É caminhando que se faz o caminho”, disse, citando texto do poeta Antônio Machado.
O presidente do CFM, Carlos Vital, ressaltou que a abordagem do tema humanidades médicas exige o respeito aos valores dos pacientes pelos médicos como auxiliar no processo diagnostico e terapêutico. No entanto, de forma complementar, ele lembrou que também é fundamental que seja feita uma reflexão sobre a oferta de condições dignas de trabalho aos profissionais. “Exigir direitos da coletividade e individuais também é fazer medicina”, ressaltou.
Como atividade de encerramento do IV Congresso foi realizada a mesa “Literatura, cinema e música: A arte de Ariano Suassuna”, que contou com a presença dos convidados Pablo González Blasco, Valdir Reginato e Paulo Fernando Barreto Campello de Melo. A mesa contou com a coordenação do conselheiro Dalvélio Madruga e a participação de Luiz Roberto Londres e de Carlos Vital, como debatedores.
Ao final, Londres alertou para a missão do educador: disseminar as ideias compartilhadas para fortalecer os princípios que orientam o ético exercício da medicina. “É necessário auscultar a alma do paciente. É importante a interação com o paciente para além da simples identificação de sintomas e sinais. A ligação pessoal tem que ser estabelecida, independente da filosofia, sociologia ou política”, arrematou.