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Os idosos têm já uma comprovada importância na sociedade brasileira, representando 14 milhões no País segundo dados do Perfil dos Idosos, divulgado pelo IBGE em julho deste ano. Outros estudos, no entanto, apontam que grande número das pessoas na terceira idade tem enfrentado problemas emocionais. As razões vão desde uma política social excludente de que são vítimas quase que diariamente até a uma diferença econômica com a qual precisam se acostumar depois da aposentadoria. Há ainda fatores como a solidão típica da terceira idade, por geralmente ter perdido o companheiro ou não ter quem esteja ao lado integralmente; os maiores riscos de contrair doenças, e, por fim, a falta de exercer a atividade profissional. Para discutir essas questões e apresentar alternativas para continuar com entusiasmo na terceira idade, a médica Anita Guiomar Franco Teixeira realiza a palestra “A Consciência dos Papéis que Vivemos Hoje”, no dia 29 de novembro, às 16 horas, na sede do Cremeb. Formada há mais de 50 anos pela Faculdade de Medicina da Ufba e com amplo conhecimento em gerontologia, Anita Teixeira cita que os problemas podem advir também porque as pessoas costumam sonhar em fazer na aposentadoria o que não fizeram durante o tempo em que estavam ativos. “Principalmente entre a classe médica, que é a que mais se dedica a tratar do outro, esquecendo-se até de si mesmo ou da família”, completa. O problema é que, quando de fato se aposentam, acabam sentindo muita falta dessa relação de sentimento que estabelecem com os pacientes. Sua proposta é mostrar a colegas de profissão em situações semelhantes e demais interessados como é possível se inserir na sociedade sem sofrimento, exercendo outros papéis ou realizando trabalhos nos quais se sintam úteis. Para o presidente do Cremeb, Jecé Brandão, esta iniciativa é bastante interessante, pois “os médicos, como todos os humanos, na terceira idade, precisam e têm direito de continuar a viver e interagir com a sociedade de forma digna e com sentimento de felicidade”. ÊNFASE AO MENTAL Anita Teixeira ressalta ainda que 93% das origens das doenças hoje estão relacionadas ao emocional, mas, por possuir formação também em Psicologia Humanista e Psicologia Transpessoal, evita procurar soluções em tratamentos médicos radicais. “Os medicamentos costumam ser muito caros e, às vezes, criam dependência. Não estou desmerecendo seu valor, mas acredito que a grande arma da medicina é saber ouvir e estabelecer uma verdadeira relação médico-paciente. Com isso, qualquer medicamento menos agressivo ajuda no restabelecimento do paciente”, afirma. O tratamento que utiliza, como costuma definir, é dizer para essas pessoas que a velhice faz parte do processo de vida. “Tento indicar que elas não são velhas, apenas saíram da fase adulta para a maturidade”, completa. Para tanto, dá ênfase ao mental como uma força poderosa que pode ajudar a superar problemas e inserir novamente o idoso aposentado na sociedade. “Na verdade, é um trabalho de readequação existencial”, diz o presidente do Cremeb, Jecé Brandão. A palestra do dia 29 de novembro constitui na apresentação de sugestões e na discussão de outras alternativas que proporcionem bem-estar ao idoso, mas Anita Teixeira esclarece que o trabalho de orientação e acompanhamento, para aqueles que sintam interesse, poderá ser continuado. “Não estou propondo falar somente no processo da velhice ou em números de médicos idosos ou casos de depressão no Brasil. Na verdade, o que proponho é uma experiência de troca, que, para alguns, pode não se esgotar em duas horas”. Apesar de também considerar as estatísticas como um suporte a mais para o conhecimento da situação do idoso no país, Anita Teixeira prefere, nesse tipo de trabalho, a assertiva de que cada caso é um caso, com uma série de variantes de um para o outro. “Não estou prometendo curar todos eles, apenas com uma mudança do método tradicional”, porém, acrescenta, citando Gandhi, “se queremos progredir, não devemos repetir a história, mas fazer uma história nova”.

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