O segundo dia do ENCM oportunizou aos participantes o intercâmbio de informações entre Brasil e Espanha. O expositor do dia foi o tesoureiro do Colégio Médico de Barcelona, Jaume Roige. Pela manhã, Roige explicou aos brasileiros o funcionamento e a organização da profissão médica em seu País. Roige abordou desde a formação do médico espanhol até como a medicina é exercida e regulamentada, falando também da fiscalização da profissão médica na Espanha. À tarde, Roige proferiu palestra sobre a experiência espanhola de criação e implantação de um programa de atenção à saúde do médico, tema que desde julho de 2003 vem sendo discutido pelo CFM. Prerrogativas e Competências do Colégio Médico de Barcelona Jaume Roige ao iniciar sua apresentação expôs para os médicos brasileiros as prerrogativas e competências do Colégio Médico de Barcelona. Segundo Roige, a Espanha conta hoje com um contingente de 150.300 médicos. Só em Barcelona concentram-se 24.277 profissionais. A maioria dos médicos espanhóis é formada por homens jovens, com idade entre 30 e 40 anos. 51,9% dos médicos espanhóis exercem apenas uma atividade remunerada, enquanto 48,1% dos médicos espanhóis exercem duas ou mais atividades. Ainda segundo o tesoureiro do Colégio Médico de Barcelona, 50% dos médicos espanhóis são assalariados, 19% desenvolvem atividades liberais e 31% recebem salários e desenvolvem atividades liberais ao mesmo tempo. O Colégio Médico de Barcelona tem como funções primordiais a garantia social do exercício da profissão, a representação do médico frente a sociedade e a defesa dos interesses coletivos da profissão. Garantia Social Roige definiu a garantia social da profissão como sendo as ações desenvolvidas pelo Colégio Médico de Barcelona para que o médico se mostre à sociedade como um aliado na defesa do bem comum; um guardião da boa prática médica e um profissional que exerce com eficácia suas funções, buscando a defesa dos cidadãos. Para assegurar a garantia social da profissão, o Colégio Médico de Barcelona desenvolve as seguintes ações: – registro dos profissionais; – edição do Código de Ética Médica espanhol; – criação das comissões de ética; – programas de educação médica continuada; – o programa de atenção à saúde do médico enfermo. Representação do médico frente a sociedade Para desenvolver esta atividade, o Colégio Médico de Barcelona desenvolve atividades na área administrativa, empregatícia e junto às entidades seguradoras para as quais os médicos prestam serviços. Defesa dos interesses coletivos Na defesa dos interesses coletivos da profissão, o Colégio Médico de Barcelona busca garantir que exista o número necessário de médicos para oferecer um atendimento de qualidade à população; promover a autonomia profissional e a gestão dos recursos disponíveis para o exercício da medicina e melhorar a remuneração dos médicos. As comissões de ética médica espanholas trabalham na elaboração de novos artigos para o Código de Ética Médica, buscando adequá-lo aos novos avanços científicos e às novas tecnologias. Para isto editam publicações voltadas para os médicos sobre os temas mais emergentes em discussão. No campo da educação médica continuada, Roige afirmou que o Colégio Médico de Barcelona desenvolve ações para promover o desenvolvimento profissional contínuo. Atualmente, o Colégio oferece cinco cursos à distância para os médicos, além de publicações sobre temas específicos. Responsabilidade Profissional O Colégio Médico de Barcelona oferece a seus integrantes uma apólice coletiva para reembolsos causados por responsabilidade civil. O Colégio conta com uma equipe de advogados e médicos legistas que examinam as denúncias recebidas e decidem indenizar o paciente ou ir a juízo, oferecendo ainda ao médico defesa jurídica e ajuda psicológica. Gestão da carreira Para auxiliar o médico espanhol na condução de sua carreira, o Colégio Médico de Barcelona conta também com uma agência de empregos, suportes técnico e jurídico para os profissionais e uma agência de viagens para viabilizar a participação do profissional em congressos e eventos científicos.