Na manhã de hoje (27/01), na sala de reuniões desta entidade, ocorreu um encontro entre a Associação dos Municípios do Acre (AMA) e os representantes do CRM/AC. Pela AMA estiveram presentes o prefeito de Rio Branco Raimundo Angelim, o vice-prefeito, o médico Eduardo Farias, o prefeito de Acrelândia Tião Bocalon e um representante da prefeitura do município de Brasiléia. Estes falaram em nome de todos os administradores municipais dos 22 municípios acreanos. O CRM/AC foi representado por seu presidente, José Wilkens Dias Sobrinho, e pela vice-presidente e Conselheira Federal Suplente, Dilza Terezinha Ambros Ribeiro, pelo 1º Secretário e Conselheiro Federal, Antônio Clementino da Cruz Júnior, e pelo Assessor Jurídico, Miguel Angel Suarez Ortiz, Na pauta da reunião a escassez de profissionais da Medicina no Estado, principalmente nos municípios. De acordo com o prefeito Angelim, os 22 administradores municipais, em consenso, solicitaram a realização do encontro para discutir o caso. Angelim afirma que o maior problema é que no Estado a falta de médicos acontece porque muitos deles se formaram no exterior (Bolívia, Cuba…) e por isso não podem atuar no Brasil sem antes revalidarem seus diplomas neste País. “O que nós buscamos com essa conversa são idéias a fim de se encontrar soluções para o problema. Nosso intuito é reunir os prefeitos, o CRM, os Ministérios Público Federal e Estadual e as entidades públicas para tentarmos formalizar um termo de conduta. Nossa idéia seria juntar os médicos que tem formação no exterior e, através de um acompanhamento minucioso e com prazo estipulado, deixa-lo atuando, até que o mesmo realize sua prova de revalidação do diploma. Os que obtivessem o direito de atuar regularmente continuariam trabalhando e os que não seriam barrados”, assim diz o médico Eduardo Farias. De acordo com o presidente do Conselho, a entidade está fazendo a parte dela. O problema de se tomar uma atitude como essa proposta, é que se um médico que estiver atuando antes de obter seu número de CRM cometer alguma falta ética o responsabilizado será aquele que o deixou atuar irregularmente. Wilkens declara que, oficialmente o CRM/AC não pode fazer nada para autorizar o trabalho de médicos que não estão devidamente regularizados. E ressalta: “Todo profissional que tem sua formação no exterior não poderá atuar sem antes revalidar seu diploma no Brasil. Isto serve para evitar falsificações e também porque a própria lei exige”. Miguel Ortiz acredita que uma forma de se buscar soluções é fazer com que todos os municípios definam suas responsabilidades e façam com que o sistema de referência e contra-refrência funcione. “O problema não é novo, mas é preciso se dar condições para se realizar um trabalho de qualidade. Isso que é relevante. Não devemos buscar somente quantidade, mas sim a qualidade. A maior parte dos trabalhos é feita por equipes multidisciplinares, não só pelo médico. Ele sozinho não pode resolver tudo”. Vários médicos que vieram para o Estado em busca de melhores oportunidades estão indo embora por falta de condições adequadas, não só financeiras, mas também para o desenvolvimento do trabalho. O 1º Secretário do CRM/AC Antônio Clementino afirma que, a iniciativa de se interessar pelo problema é louvável, mas acredita que o Estado deveria encontrar soluções para atrair profissionais. “Um médico que vem de São Paulo para cá tem que ter boas condições de trabalho e uma situação financeiramente boa para se manter por muito tempo aqui”. Clementino observa que o CRM/AC está sempre (leia-se periodicamente) atualizando os profissionais, mas precisa haver interesse por parte deles. Segundo o 1º Secretário, todos os médicos devem estar capacitados para atuar, porém, cada um na sua especialidade. A Drª Dilza Ribeiro colocou o CRM/AC a disposição para qualquer iniciativa que seja tomada com relação ao assunto. Para ela, a entidade deve ter participação incessante no projeto, pois a população precisa ser atendida e do jeito que está não pode ficar. A AMA vai marcar reunião com representantes dos Ministérios Público Estadual e Federal para explanar a situação e em breve entrará em contato com o CRM/AC para agendar outro encontro.