Portadores do HIV terão acesso gratuito a oito procedimentos para tratar a lipodistrofia O Ministério da Saúde incluirá na tabela do Sistema Único de Saúde (SUS) oito novos procedimentos indicados para portadores do vírus HIV que sofrem com a lipodistrofia. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (02/12) pelo ministro Humberto Costa, em evento do Dia Mundial de Combate à Aids, no Palácio do Planalto, em Brasília. Os soropositivos que tomam os medicamentos anti-retrovirais, usados no tratamento da doença, são as únicas vítimas da síndrome, que provoca acúmulo ou perda de gordura em áreas específicas do corpo. A portaria 2.582, que autoriza a inclusão dos novos procedimentos, deverá ser publicada no Diário Oficial da União (DOU) de hoje (03/12). Todas as novas intervenções são cirurgias estéticas e reparadoras, de pequeno e médio portes. De acordo com a portaria, a indicação dos procedimentos seguirá recomendações definidas pelo Programa Nacional de DST e Aids. O documento também estabelece prazo de 60 dias para elaborar protocolos de indicação das cirurgias e formulários de preenchimento obrigatório, que serão anexados ao prontuário médico dos pacientes. Os novos procedimentos são: lipoaspiração de giba (gordura acumulada na base do pescoço, que deixa os pacientes corcundas), lipoaspiração da parede abdominal, redução mamária, tratamento da ginecomastia, lipoenxertia (enxerto de gordura) de glúteo, reconstrução glútea, preenchimento facial com tecido gorduroso, preenchimento facial com polimetil. Complicações Muitos efeitos da lipodistrofia são irreversíveis. As alterações anatômicas decorrentes do uso dos anti-retrovirais podem afetar o funcionamento de músculo-esquelético, além de causarem escaras e problemas na coluna cervical. Além de alterações metabólicas, como aumento do colesterol e dos triglicérideos e o surgimento do diabetes tipo 2. Os pacientes também sofrem com distúrbios emocionais e psiquiátricos, que provocam perda da auto-estima, problemas familiares, exclusão social e, o que é mais grave, abandono do tratamento, que leva ao agravamento da doença. O aumento da gordura central – tanto no abdome, quanto na base do pescoço (giba) – pode acarretar dores musculares, cervicalgias e lombalgias. A diminuição da gordura periférica (atrofia de braços e pernas e nádegas) pode ser intensamente pronunciada, levando à formação de escaras na região das nádegas. Causas Quando os primeiros casos de lipodistrofia surgiram, em meados da década de 90, os especialistas achavam que a manifestação era um efeito colateral dos inibidores da protease. Hoje, porém, sabe-se que a idade avançada, o HIV e outros medicamentos utilizados para o tratamento de aids também contribuem para o aparecimento e o agravamento da síndrome. Fonte: Agência Saúde
Portadores do HIV terão acesso gratuito a oito procedimentos para tratar a lipodistrofia
03/12/2004 | 02:00