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Os dados sobre suicídio chamam a atenção para ações que evitem o crescimento de casos. Mas o alerta é ainda maior quando são analisadas as estatísticas na comunidade médica.

A conselheira e psiquiatra Christina Gonzalez ressalta que o pro­fissional médico é formado para salvar vidas, e o pensamento de se matar vai na contramão daquilo que é treinado para fazer. “Essa di­ficuldade de encarar sua própria doença e a vergonha de buscar ajuda impedem uma abordagem adequada. Assim, esse tipo de campanha ajuda bastante para incentivar a busca de

atendimento e­ficaz”, a­firma.

Christina: há dificuldade do médico em tratar do tema na vida pessoal

O psiquiatra Salomão Rodrigues indica que, enquanto o índice de suicídio na população geral é de 12,5 mortes a cada 100 mil pessoas por ano, entre médicos e estudantes de medicina esse número sobe para 43. Segundo ele, até 2016 a carreira que tinha mais registros de suicídios era a militar, e hoje é a médica.

“O jeito do médico trabalhar, com plantões e horários não de­finidos, lidando com o sofrimento e com a morte no dia a dia, aumenta a pressão entre esses pro­fissionais. É preciso atenção da comunidade médica, e o colega que está no plantão pode perceber alterações de comportamento, sendo irritabilidade a principal delas. Se o médico modi­fica seu jeito de ser, ­ fica mais irritado, quer resolver tudo sozinho, ­ fica mais lento, começa a sacri­ficar o horário de almoço, por exemplo, começa a dar sinais e é preciso investigar se há algo de errado acontecendo. O psiquiatra é o mais indicado para esse atendimento”, explica Salomão.

Christina Gonzalez menciona que as poucas pesquisas existentes apontam maior frequência de ideação suicida entre estudantes de medicina quando comparados a estudantes de outros cursos. De acordo com a conselheira, fatores como alta carga de estudos, privação de sono, di­ficuldade com pacientes, ambientes insalubres física e mentalmente, preocupações ­ financeiras, pressão por alto rendimento nos estudos e o fácil acesso a meios para cometer o suicídio podem ser relacionados a uma taxa maior de tentativas de suicídio entre esses acadêmicos.

Mudança de humor sinaliza risco em jovens

Cerca de 96,8% dos casos de suicídio estão relacionados a doenças mentais, como depressão, transtorno bipolar e abuso de substâncias. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, o suicídio pode ocorrer durante todo o curso de vida, mas entre jovens de 15 a 29 anos foi a segunda principal causa de morte no mundo em 2016.

Psiquiatra e conselheiro do CFM, Salomão Rodrigues alerta que pais e responsáveis devem ficar atentos e procurar ajuda médica quando adolescentes perdem a vontade de sair e de repente deixam de fazer atividades habituais, tornando-se mais introspectivos. Analisando os atendimentos em consultório, Rodrigues conta que identificou um aumento significativo no número de pessoas que procuram socorro quando começam a pensar em suicídio.

A psiquiatra Christina Gonzalez também alerta que “a identificação de alterações de humor é o principal ponto na prevenção para levá-los a buscar ajuda. Os profissionais de saúde, não só os especialistas em saúde mental, também podem ser orientados sobre como abordar pacientes em geral para falar de pensamentos suicidas. É preciso olhar nos olhos dos nossos pacientes, fazer um rastreio e não ter medo de perguntar sobre ideação suicida”.

Aproveitando o mês de conscientização e prevenção, Salomão Rodrigues ressalta que o Setembro Amarelo é um evento que pertence a toda a sociedade e o suicídio é um problema de todos.
“Basta se informar e ativar a percepção para identificar quem pode ser uma pessoa de risco. A grande causa é a depressão, que é uma doença. Muitas vezes familiares e ami gos percebem que a pessoa está diferente, mas nem eles nem a própria pessoa identificam essa alteração como uma doença. É hora de agir, de ouvir, de conversar e de levá-la ao atendimento médico”, sugere o psiquiatra.

Todas as informações e materiais sobre a campanha estão disponíveis on-line. Conheça mais e participe: www.setembroamarelo.com

 

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