Sem leitos, os pacientes ficam sem tratamento em casos de surtos. “É preciso entender que a doença psiquiátrica é como outra qualquer. Ninguém aconselha alguém infartado a ficar em casa esperando a dor passar. Por que, então, entende-se que um surto psicótico pode ser curado só com carinho, sem medicação? ”, argumenta o conselheiro federal pelo Piauí, Leonardo Sérvio Luz, que comanda o atendimento em um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) na cidade de Uruçuí (PI).

O psiquiatra conta com uma equipe multidisciplinar e orgulha-se de, em quatro anos na unidade, ter enviado apenas cinco pacientes para internação. Leonardo Sérvio Luz reconhece, no entanto, que a situação dele é privilegiada, já que o CAPS atende um consórcio de cinco munícipios, localizados em uma região promissora do Piauí. O governo federal manda R$ 28 mil por mês, para uma despesa mensal em torno de R$ 70 a R$ 80 mil. A diferença é assumida pela Prefeitura.

“Como qualquer outra doença, a mental tem começo, meio e fim na maioria dos casos. O ideal é que o paciente seja tratado antes da crise. Caso ela se instale, é preciso ser internado em um hospital onde receba tratamento digno, humano e com segurança”, Leonardo Sérvio Luz.

Para Emmanuel Fortes, a postura adotada pelo Governo ao tratar o tema mostra uma visão preconceituosa contra o papel do médico nesse processo. “A redução de leitos e a falta de psiquiatras nas unidades disponíveis prejudicam o paciente que precisa ser diagnosticado, medicado e ter acesso à integralidade dos tratamentos disponíveis, o que, em alguns casos, pode significar internação”, complementa o 3º vice-presidente do CFM. “Tínhamos um modelo hospitalocêntrico, que precisava ser mudado e substituído por uma rede ambulatorial, mas em seu lugar criamos uma nova forma de atendimento que desassiste o paciente, pois funciona sem médico”, resume o psiquiatra Salomão Rodrigues Filho, conselheiro federal do CFM por Goiás.

Para ele, o atendimento psiquiátrico no Brasil regrediu um século. “Boa parte dos nossos doentes mentais ou está encarcerada, já que 20% da população carcerária tem problemas mentais, ou sendo atendida em comunidades terapêuticas de cunho religioso. Voltamos ao tempo em que a loucura era tratado como problema da polícia ou da caridade”, critica.

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