85% dos prontos-socorros paulistas não têm equipe médica completa. A situação foi revelada por meio de um levantamento que o Conselho Regional de Medicina de São Paulo realizou durante os últimos dois anos. Embora não tenha poder para punir as unidades hospitalares com problemas, o CRM-SP vem, com a divulgação dos resultados deste estudo, cumprir seu papel de alertar o Estado para a necessidade de uma ação urgente, prioritária e eficaz que possibilite condições mínimas de trabalho aos profissionais de saúde e de atendimento aos pacientes, seja ele emergencial ou de rotina. As prefeituras e as entidades privadas filantrópicas, como as Santas Casas, responsabilizam-se pela grande maioria das unidades de saúde da rede paulista. A maior parte dos problemas encontrados concentra-se exatamente nos hospitais considerados filantrópicos, que atualmente passam por sérias dificuldades financeiras. O levantamento realizado pelo CRM-SP será encaminhado para a Vigilância Sanitária do Estado, que avaliará os resultados e, se for o caso, multará as instituições com as irregularidades. A seguir, um ranking dos principais problemas encontrados na pesquisa do CRM-SP, que vistoriou um total de 1.011 serviços de saúde em todo o Estado, entre hospitais, pronto-socorros e maternidades (62% privados e 72,4% com atendimento pelo Sistema Único de Saúde): 1) entre os hospitais: 91,6% não permitiam acompanhantes em UTIs 79% não apresentavam área adequada para lavanderia 70% não possuíam ambulâncias ou estas não tinham equipamentos adequados para ressuscitação 68,2% apresentavam prontuários médicos preenchidos inadequadamente 56,5% não possuíam equipamentos mínimos para UTI 55,2% apresentavam taxa de ocupação inferior a 50% 2) entre os prontos-socorros: 68,7% não apresentavam enfermarias adequadas para observação dos pacientes 62,5% não contavam com serviços de apoio (exames clínicos e radiológicos) 45,4% não possuíam salas adequadas para emergência 34,2% estavam contemplados com quesitos relacionados à biossegurança 13,8% os médicos realizavam mais de 4 consultas por hora 3) entre as maternidades: 60% apresentavam índices de cesárea superior a 45% 21,6% realizavam partos de risco acompanhados por profissionais não-qualificados 17,4% não ofereciam serviços aos recém-nascidos por profissionais especializados 11,8% ofereciam garantia de parto humanizado 11,3% tinham serviços com pediatra exclusivo e presente no momento do parto Os dados completos referentes a esta pesquisa você poderá consultar na versão on line (ou no exemplar em papel) do Jornal do Cremesp deste mês de junho, que estará disponível até o final desta semana (27). FONTE: CRM-SP
Pesquisa realizada pelo CRM-SP revela Caos na Rede Hospitalar Paulista
24/06/2003 | 03:00