O tempo de espera é o fator com avaliação mais negativa do Sistema Único de Saúde (SUS). Ele acumula os piores resultados dentre os vários aspectos relacionados ao atendimento. Trata-se do maior gargalo da rede pública para 61% dos entrevistados que buscam uma cirurgia, 56% dos que precisam de um exame de imagem e para 55% dos que aguardam uma consulta.

tempo esperaNo período de realização da pesquisa, encomenda pelo CFM ao Datafolha, do total de entrevistados, 34% aguardavam para fazer uma cirurgia, 32% buscavam uma consulta médica, e 31%, exames. Porém, chama a atenção que o SUS está levando mais tempo para responder às solicitações. Em 2014, uma pesquisa do mesmo tipo identicou que 29% dos que haviam pedido exame, cirurgia ou consulta ainda aguardavam um desfecho após seis meses. Em 2018, esse percentual passa a ser de 45%, quase duas vezes maior.

O mesmo fenômeno ocorre com o percentual dos que aguardam há mais de 12 meses. Em 2014, esse índice era igual a 16% dos entrevistados que haviam feito pedidos especí¬ cos. Quatro anos mais tarde, a espera atingia 29% dos que estavam nessa categoria, ou seja, praticamente duas vezes mais. “Infelizmente, os dados apenas contabilizam os problemas que a população enfrenta na sua rotina. É um quadro grave, que ocupa manchetes de jornais e uma série de denúncias”, disse o presidente Carlos Vital.

A percepção registrada pelo Datafolha converge com as conclusões de estudo recente do CFM sobre a demora para dar vazão à lista de espera por cirurgias eletivas. No trabalho, divulgado em dezembro de 2017, constatou-se que esse é um drama para milhares de pacientes que dependem do SUS.

Na época, a fila de espera para cirurgias eletivas chegou a aproximadamente 904 mil procedimentos. Foi o resultado da soma das informações repassadas por secretarias de saúde de 16 estados e 10 capitais, onde, respectivamente, constam pedidos de 801 mil e 103 mil procedimentos cirúrgicos.

Segundo as informações analisadas pelo CFM, quase metade de todos os procedimentos pendentes no País estão concentrados em apenas cinco tipos diferentes: catarata (113.185), correção de hérnia (95.752), retirada da vesícula (90.275), varizes (77.854) e de amígdalas ou adenoide (37.776).

Do total, pelo menos 746 pedidos de cirurgias eletivas constavam pendentes na lista de regulação dos estados e capitais há mais de 10 anos. O número foi extraído apenas das filas dos estados e capitais que atenderam ao pedido de acesso à informação analisados pelo CFM, mas já revelam uma sistêmica fragilidade na gestão do SUS, que aflige pacientes e famílias em todo o País.

Um paciente de 36 anos, morador de Fortaleza (CE), confirmou que entrou na fila de espera para retirar um tumor de mama ainda em 2007. Em 2017, depois de uma década, decidiu não esperar mais. “Me ligavam todos os anos para agendar a cirurgia, que nunca aconteceu. No ano passado desisti de esperar e resolvi ‘pagar particular’”, conta o paciente, que não quis ser identificado.
O caso das cirurgias eletivas ilustra o efeito- -dominó que a demora pode gerar. Embora sejam procedimentos que não precisam ser realizados em caráter de urgência, ou seja, podem ser agendadas, em muitos casos o tempo é crucial.

“O mais grave é que, em determinadas cirurgias, a espera complica o quadro do paciente. Se elas esperarem muito tempo, podem ter sua saúde comprometida. Não são raras as cirurgias eletivas que evoluem para uma cirurgia de emergência, que poderiam ser evitadas e cujas consequências podem ser trágicas”, explica Hermann von Tiesenhausen, 1º secretário do CFM.

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