Os protestos que o mercado de saúde suplementar tem feito contra o reembolso de consultas e demais procedimentos não desanimou o Movimento pela Dignidade Médica a tentar implantar a cessão de crédito, sistema que transfere para a seguradora o pagamento do serviço por meio de título bancário, sem que o usuário precise desembolsar valor algum para ser atendido por seu plano. A guia de autorização agora também está sendo negociada com o Banco Real e a Caixa Econômica Federal. O Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) avalia hoje a implantação do sistema de cobrança. A Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização (Fenaseg) avisou que entrará com um mandado de segurança para garantir a prestação de serviço, caso a cessão de crédito seja utilizada. Desde o dia 12 de abril, os clientes da Sul América, Bradesco, Unibanco e AGF vêm sofrendo as sanções do reembolso. Ontem, mais duas especialidades – cirurgia pediátrica e ortopedia – ingressaram no movimento pela cobrança antecipada para os clientes do Unibanco e Bradesco, respectivamente. O presidente do Simepe, André Longo, contabiliza que 150 profissionais aderiram à prática ontem. “Temos 18 clínicas de ortopedia no Recife e elas já não estavam atendendo a Admed e a Sul América”, destacou Longo. ANS deve liberar migração de planos A migração dos contratos firmados antes da Lei dos Planos de Saúde (n° 9.656/98), previstos pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), começará a ser executada, brevemente, por duas empresas locais. De acordo com o presidente regional da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), Flávio Wanderley, a Master Plan e a Medial Saúde deverão ser as primeiras a receber o “sinal verde” do órgão regulador, com reajuste médio de 15% para os usuários antigos. Em Pernambuco, calcula-se que 420 mil pessoas tenham contratos estabelecidos antes da lei federal. O número de usuários nessa situação equivale a 40% do mercado estadual. “Até o fim do mês, a ANS enviará cartas às empresas que encaminharam suas planilhas de custos sobre a viabilidade da migração dos contratos”, disse Wanderley. Juntas, as duas operadoras possuem cerca de 35 mil clientes no Recife. A Unimed Recife será a próxima a oferecer a mudança na documentação dos clientes. Os custos atuariais do grupo serão enviados à ANS amanhã. Com 11,7 milhões de usuários no País e 110 mil na capital pernambucana, a cooperativa tem 20 dias para remeter as cartas de adesão aos cooperados. Da Assessoria de Imprensa do Cremepe. Com Informações da Folha de Pernambuco.
Pediatria e ortopedia aderem a reembolso
25/05/2004 | 03:00