Em Pernambuco, os anestesistas que prestam serviços aos 18 mil usuários da Master Plan Assistência à Saúde suspenderam nesta terça-feira (5 de julho) os atendimentos eletivos e só estão mantendo as cirurgias de emergência. A decisão foi tomada pela Cooperativa dos Anestesistas de Pernambuco (Coopanest) porque a empresa tem uma dívida no valor de R$ 30.334,65 com os profissionais referente aos honorários dos meses de março, maio e junho. Como a crise financeira da operadora está se agravando, o Sindicato dos Médicos convocou para esta quinta-feira (7 de julho), às 12h, uma reunião da Comissão Estadual de Honorários, quando será analisada a situação dos 300 médicos que prestam serviços à operadora. A Master Plan obteve na terça-feira, por meio de liminar judicial, mais dez dias de prazo para negociar a carteira com outra operadora. Com isso, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) segurou o edital de leilão da carteira aprovado pela Diretoria Colegiada e irá analisar a decisão do juiz Hélio Sílvio Ourem Campos, da 6ª Vara da Justiça Federal. De acordo com o diretor de Normas e Habilitação de Operadoras da ANS, Alfredo Cardoso, a Agência analisou nos últimos dias três propostas de empresas interessadas na carteira da Master. Segundo ele, todas apresentam problemas financeiros e índice de liquidez baixo. “A ANS avaliou que essas propostas não trariam segurança assistencial para o consumidor”, disse. Ele não revelou os nomes das empresas. Cardoso avalia que a prorrogação do prazo até o próximo dia 14 só irá postergar a solução de transferência de carteira da Master, tornando mais sério o problema assistencial para o usuário. O diretor da ANS diz que a decisão dos anestesistas confirma o quadro de dificuldades antecipado pela Agência. “Os consumidores de baixo risco migram para outras empresas. Só ficam aqueles com risco elevado, o que dificulta uma solução assistencial.” Débitos Por enquanto, levantamento feito pelo Sindicato dos Médicos junto às cooperativas indica que só os anestesistas que prestam serviços à Master estão com os honorários atrasados. A presidente da Coopanest, Maria Célia Costa, explica que a categoria decidiu suspender as cirurgias eletivas porque temem ficar no prejuízo, como ocorreu com a Admed, em processo de liquidação extrajudicial. O gerente de Marketing da Master Plan, Ricardo Almeida, desconhece a suspensão do atendimento eletivo por parte dos anestesistas. Segundo ele, as cirurgias estão sendo liberadas normalmente. Em nota, afirmou que a Master tem uma carteira saudável, faturamento mensal de R$ 1.100.000,00 e em apenas um ano obteve uma taxa de crescimento de 68%. Fonte: Diário de Pernambuco