Estudo encomendado pela Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (SOCESP) mostra que apenas 4% dos paulistas apontam a medida da circunferência abdominal como a melhor maneira para avaliar a obesidade. Em algumas cidades do interior este índice cai para 2%. O aspecto visual, com 36%, aparece em primeiro lugar, seguido do peso, citado por 31% dos entrevistados. O IMC (Índice de Massa Corpórea) foi lembrado por 12%. Quando estimuladas pelos pesquisadores, as pessoas citaram o IMC como a principal forma de medir a obesidade (42%). Peso (23%) e aspecto visual (22%) vieram em seguida. A medida da circunferência apareceu em último lugar (10% das respostas). Um percentual de 3% dos entrevistados não souberam responder. Para o coordenador da pesquisa, Álvaro Avezum, esse resultado preocupa, já que a medida da circunferência abdominal é determinante para avaliar se uma pessoa está obesa e qual o risco para o coração. “A gordura na região do abdômen, popularmente conhecida como barriguinha de chope, significa mais probabilidade de infartos e derrames. Sem falar que ela está associada a outros fatores de risco, como hipertensão arterial, diabetes e dislipidemia (aumento de LDL colesterol, redução de HDL colesterol e aumento de triglicérides)”, ressalta. O cardiologista lembra ainda que a Obesidade Abdominal é o fator de risco de maior impacto na América Latina, segundo o Interheart – maior e mais importante estudo cardiológico feito em todo o planeta. “Eliminada a gordura abdominal, como fator de risco, seria possível prevenir 44% dos casos de infarto”, revela Avezum. A pesquisa SOCESP/Datafolha mostra ainda que 81% dos homens não sabem que a medida ideal de circunferência abdominal masculina é igual ou menor que 90 cm. Os moradores da Região Metropolitana estão entre os mais desinformados. Entre as mulheres, o conhecimento é um pouco maior: 27% delas acertaram a resposta (igual ou inferior a 80 cm). Quando questionados sobre a medida da própria circunferência abdominal, homens e mulheres empataram no desconhecimento: 84% não souberam responder. O presidente da SOCESP, Ari Timerman, aponta outros riscos da obesidade, como pressão alta, aumento da taxa de colesterol, triglicérides e diabetes, que potencializam a incidência de um infarto e derrame cerebral. E recomenda: “A melhor forma de combater ou prevenir a obesidade é manter uma alimentação equilibrada, fazer as refeições sempre nos mesmos horários, comer devagar e praticar exercícios físicos com regularidade”. A Pesquisa SOCESP sobre fatores de risco cardiovascular foi feita em 2008 com 2.096 pessoas, entre 14 e 70 anos, em 85 cidades representando os 645 municípios do Estado de São Paulo. O Estado foi subdividido em seis macro regiões: Metropolitana, que inclui a Capital, A (cidades da região de São José do Rio Preto, Araçatuba e Presidente Prudente), B (cidades da região de Ribeirão Preto e Campinas), C (cidades da região de Bauru, Marília, Assis e Itapetininga), D (cidades da região de Araraquara e Piracicaba), E (cidades da região de Santos, litoral paulista e Vale do Paraíba). Fonte: DOC Press / SOCESP
Paulistas têm pouco conhecimento sobre maneiras de avaliar a obesidade
10/10/2008 | 03:00