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Dois pacientes do Paraná passaram a integrar, desde ontem (05/07), o grupo de 1.200 voluntários que participam do maior estudo com células tronco adultas para o tratamento de doenças graves do coração já realizado no mundo. O primeiro procedimento no estado será realizado na Santa Casa de Misericórdia de Curitiba – hospital ligado à Pontifícia Universidade Católica do Paraná – pelo Doutor Paulo Brofman e sua equipe. No dia 10 de junho, o estudo, que vai envolver 33 instituições em nove estados e no Distrito Federal, teve início simultaneamente no Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia. Os dois voluntários, portadores de cardiomiopatia dilatada, serão submetidos a punção da medula óssea para retirada das células que se encontram no interior do osso da bacia. Depois, esse material é processado. Caso o paciente (ou ambos) seja um dos selecionados aleatoriamente para receber células-tronco, elas serão injetadas no músculo cardíaco. Do contrário, o material é congelado para utilização futura e uma solução placebo é utilizada. Em qualquer das alternativas, são assegurados ao doente que participa do estudo as melhores condições de tratamento (incluindo medicação e acompanhamento médico) Um estudo randomizado funciona da seguinte maneira: os voluntários são divididos em dois grupos. A metade recebe células-tronco e a outra parcela, o tratamento mais moderno para sua patologia. O estudo sobre a eficácia de células- tronco adultas em portadores de cardiopatias dividiu os 1.200 voluntários selecionados em quatro grupos, com 300 pessoas cada, de acordo com a doença cardíaca. Os quatro grupos foram subdivididos em um grupo controle e outro de teste, mas apenas os pacientes sorteados para o grupo de teste receberão agora o implante de células-tronco. No final do período, os dois grupos serão comparados. Caso a eficácia da nova terapia seja comprovada pelo estudo, os pacientes que não receberam as células-tronco terão a oportunidade de recebê-las, se assim o desejarem. Para tanto, esses pacientes terão suas células de medula óssea congeladas e disponíveis para uso ao fim do estudo. Economia – O Estudo Multicêntrico Randomizado de Terapia Celular em Cardiopatias é um marco no avanço das pesquisas em saúde pública no Brasil. “Será fundamental para comprovar a eficácia já sugerida por pesquisas isoladas, avaliar a substituição dos tratamentos tradicionais e a aplicabilidade dessas terapias no Sistema Único de Saúde”, afirma Humberto Costa. O estudo está orçado em R$ 13 milhões. Caso os resultados sejam positivos, calcula-se que o SUS poderá economizar até R$ 500 milhões por ano com transplantes, internações, cirurgias e reinternações de pacientes com doenças do coração, liberando recursos para outras demandas do sistema. De acordo com Antônio Carlos Campos de Carvalho, chefe do Departamento de Ensino e Pesquisa do INCL e coordenador do estudo, outra vantagem da terapia celular autóloga é evitar a rejeição imunológica, já que o material transplantado é do próprio paciente. Mas o ganho mais importante será para os pacientes: melhor qualidade de vida, menos medicamentos para tomar e, principalmente, menos retornos ao hospital. Calcula-se que 4 milhões de pessoas sofram de insuficiência cardíaca grave. Se ficar comprovado que as células-tronco podem melhorar as condições desses pacientes na mesma proporção que os estudos preliminares têm indicado, estima-se que 200 mil vidas poderão ser salvas em três anos. O maior do mundo – Além da importância estratégica para o País e as indicações positivas dos resultados, o estudo também chama atenção pelo tamanho. É o maior do tipo já feito no mundo, tanto pelo número de pacientes pesquisados (1.200) quanto pelo de instituições envolvidas (33, em nove estados brasileiros e Distrito Federal). O estudo deverá ser concluído de 18 meses a três anos. O Instituto Nacional de Cardiologia de Laranjeiras (Rio de Janeiro) é a instituição coordenadora do estudo. Além do INCL, que ficará também responsável pelos estudos em cardiomiopatia dilatada, outras três instituições formam o conjunto de centros-âncora: Incor (São Paulo), responsável pela doença isquêmica crônica; Santa Izabel e Fiocruz (Bahia), com estudos sobre a Doença de Chagas; e o Pró-Cardíaco, em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro, responsável pelo infarto agudo do miocárdio. Fonte: Agência Saúde

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