As habilidades que devem ser exigidas de um médico em atendimentos de urgência e na atenção primária foram elencadas pelos participantes da oficina “Como utilizar EPAS (Atividades Profissionais Confiáveis) na avaliação por competências”, realizada na tarde do dia de junho como parte do XIV Fórum de Ensino Médico do CFM. Antes da divisão dos grupos que debateram os parâmetros, o professor da Universidade de Ribeirão Preto e membro da AMEE (Association for Health Professions Education) Gustavo Salata Romão explicou como funcionam as EPAs, “que são, por essência, avaliações em ambiente de prática”.

Na sua explicação, Romão explicou que cada EPA deve ter um título claro e preciso sobre a atividade desejada. Também deve servir para medir conhecimentos, habilidades e atitudes de acordo com a realidade que o profissional estiver inserido. “Uma EPA americana não serve para o Brasil”, explicou.

Uma mesma atividade deve ser medida de acordo com o nível do estudante ou profissional que estiver sendo avaliado, que pode ser iniciante (só observa a situação), avançado (tem um supervisor direto), competente (tem um supervisor distante), proficiente (tem todas as habilidades e não precisa de supervisor) e expert (tem todas as habilidades e pode ensinar).

Os participantes da oficina foram divididos em quatro grupos, sendo que dois para estabelecer os parâmetros para atendimentos de urgência e dois para a atenção primária. O objetivo era que cada grupo apresentasse dez atividades essenciais a serem exigidas do profissional que fosse realizado o atendimento. Para saber como foi a oficina, assista AQUI o vídeo que está disponível no canal do CFM no YouTube.

Competências – Após a oficina, foi realizado o colóquio “Adequando os Programas de Residência Médica e os Projetos Pedagógicos dos Cursos de Medicina para a Avaliação por Competências”.

O diretor-tesoureiro da Associação Brasileira de Educação Médica (Abem), Aristides Junqueira, lembrou que em 2014 foram publicadas Diretrizes Curriculares Nacionais baseadas na matriz de competência, mas que elas até hoje não foram totalmente incorporadas pelas escolas médicas. “Mudar o projeto pedagógico é difícil e trabalhosos, principalmente nas escolas mais antigas”, ponderou. Para ele, é necessário que haja diretrizes claras e mecanismos que averiguem se está sendo executado o que foi proposto.

Apesar de ser um conceito relativamente novo, as matrizes de competências já vêm sendo revistas. Foi o que explicou o professor Gustavo Romão. Ele também ressaltou que existem dois tipos de competências: as canônicas, que são consensuais e devem ser cobradas de todos os aprendizes, independente do contexto, e as contextuais, que vão depender da realidade em que a situação ocorrer. De toda forma, deve existir uma avaliação “para proteger o elo mais fraco, que é o paciente”.

A situação da abertura de novas escolas médicas após o julgamento, pelo Supremo Tribunal Federal, da Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) 81 e da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7187 foi analisada pela presidente da Associação Nacional das Universidades Particulares (ANUP), Elizabeth Guedes. Ela defendeu um maior rigor para a abertura de novas escolas e disse que a ANUP está empenhada em promover um ensino médico de qualidade. “Defendemos, também, que as diretrizes sejam claras” afirmou.

O ex-secretário da Secretaria de Regulação e Supervisão do Ministério da Educação Danilo Dupas Ribeiro falou sobre a sua experiência no MEC, reconheceu que a avaliação é um processo difícil, mas necessário. “A avaliação da jornada do aluno não é fácil, mas é possível”, afirmou.

Para o coordenador da Comissão de Ensino Médico do CFM, conselheiro Júlio Braga, o resultado da oficina foi positivo, principalmente porque o CFM nunca tinha realizado um Fórum nesse formato, com parte dos participantes de forma on-line e outra presencial. Um dos pontos positivos foi o de que os participantes puderam se debruçar sobre situações hipotéticas e avançar na discussão sobre a aplicabilidade das EPAs no contexto de ensino.

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