Presidentes das entidades médicas de Sergipe foram recebidos na manhã do dia 25 de janeiro por diretores da Ordem dos Advogados de Sergipe. Na pauta, a discussão sobre os problemas que pacientes e médicos que atuam na rede pública de saúde vêm enfrentando, especialmente no Hospital de Urgência Governador João Alves Filho, conforme denúncias de entidades médicas veiculadas na imprensa. “Temos verificado através de matérias veiculadas na imprensa o descaso do Estado com a saúde, denunciado pelos médicos. Por conta do impasse atualmente criado, a OAB/SE resolveu abrir um canal de diálogo, com o intuito de defender o direito dos cidadãos à saúde”, destacou o presidente da OAB/SE, Carlos Augusto Monteiro. Representando a classe médica estavam os presidentes do CREMESE, SINDIMED e SOMESE respectivamente os doutores Henrique Batista, José Menezes e Petrônio Gomes. Grave situação – Falta de profissionais especializados para compor escalas, médicos sobrecarregados, pacientes sem atendimento, colocados em macas nos corredores, amontoados sem distinção de sexo, esses são alguns dos inúmeros problemas existentes no Hospital de Urgência Governador João Alves Filho, segundo dirigentes da Somese, Cremese e Sindimed, que compõem a Federação das Entidades Médicas de Sergipe. Eles concederam na manhã do dia 25, entrevista coletiva para a imprensa, para reiterar as denúncias sobre as péssimas condições de atendimento na unidade. Segundo Petrônio Gomes, presidente da Sociedade Médica de Sergipe (Somese), a situação do hospital é dramática. Ele comparou o hospital ao Haiti, onde milhares de pessoas morreram após um terremoto. “Temos o nosso Haiti bem aqui. No hospital João Alves tem um grande fluxo de ambulâncias carregadas de doentes e apenas um médico para atender de 20 a 30 pessoas”, afirmou. Para o representante do Conselho Regional de Medicina, Henrique Batista, o hospital poderá passar por interdição ética, isso quer dizer que os médicos ficam proibidos pelo Cremese de atuar no hospital em função da sua extrema precariedade. “Claro que isso seria uma medida extrema, mas totalmente legal. Podemos suspender o atendimento dos médicos naquele local. Se a situação continuar se deteriorando, é possível que essa medida seja tomada”, disse o médico, que também responde pela secretaria geral do Conselho Federal de Medicina. O presidente da Somese chegou a convidar o governador do Estado para visitar o Hospital ao lado dos representantes das entidades médicas. “Ele precisa ir ao hospital sem avisar antes e dispensar a companhia de seus assessores, para constatar a grave situação”. Disse ainda que a imprensa vem sendo impedida de mostrar as instalações do hospital no intuito de mascarar a realidade. “Se o governo proíbe a entrada da imprensa no hospital é porque tem coisa errada lá dentro, reclamou Petrônio Gomes. Já o presidente do Sindicato dos Médicos de Sergipe José Menezes criticou a falta de investimento em recursos humanos. “Na Saúde, o governo diz que investiu cerca de R$50 milhões, mas não investiu em recursos humanos. Está construindo clínicas, mas quem vai trabalhar nessas clínicas?”, questionou. Fonte: Infonet
OAB e médicos sergipanos discutem crise em hospital
29/01/2010 | 02:00