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Conselho Federal de Medicina

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A história da Medicina perde-se no tempo. Datam de 400 anos a.C. as primeiras obras escritas sobre o assunto. Na conjuntura atual muitas vezes fica a sensação de que o médico não se lembra mais de quão antiga e integrada à trajetória da humanidade é a sua nobre profissão. Cético por conta das profundas transformações que ocorreram nas últimas décadas, este profissional acabou se distanciando das suas entidades de classe e, por conseguinte, da busca de soluções no sentido de reverter o quadro sombrio que ora se configura. O crescimento da saúde suplementar é fruto, dentre outras razões, da incompetência do Estado brasileiro em cumprir o que reza na Carta Magna de 1988. Por cerca de três décadas, a atividade de assistência suplementar à saúde organizou-se livremente, com muito pouca intervenção ou regulação estatal. A Lei 9656, chamada Lei dos Planos de Saúde, e a posterior criação da ANS trouxeram alguma normatização e equilíbrio para o setor. Contudo, essa regulação não considerou o médico enquanto parte integrante dessa relação. Evidências demonstram que a política de saúde do nosso país tende a submeter-se a estratégias monetaristas, e vem gradativamente perdendo de foco a qualidade da assistência prestada a população. Espera-se do médico humanização, além de uma adequada formação técnica, atualização permanente, ciente saber na conduta ética e moral, conhecimento das implicações do exercício profissional, atribuições administrativas, habilidade de relacionamento com operadoras de planos de saúde, conhecimento de questões tributárias, etc. Nossa recente mobilização pela remuneração justa do trabalho médico e valorização da saúde busca viabilizar a estabilidade para o setor. Sabemos que a sobrevivência saudável do Sistema de Saúde passa pela consciência do uso racional dos recursos financeiros. Nós médicos estamos preparados para compartilhar tal responsabilidade, defendendo um tratamento mais respeitoso em relação ao nosso paciente, considerando inaceitável a interferência na autonomia do profissional. Outros fatores agravantes vêm prejudicando a prática profissional, a exemplo da pressão oriunda da indústria de ações indenizatórias por responsabilidade civil e exposição pela atitude sensacionalista de alguns setores da mídia. Matérias jornalísticas noticiam: “Fraudes encarecem mensalidades dos planos de saúde”. Pergunta-se: A que fraudes se referem os municiadores dessas informações? Se houver comprovação que as mesmas ocorrem na prática, é dever das operadoras de planos denunciá-las aos órgãos competentes; não o fazendo estarão prestando um desserviço à sociedade. Quanto a questionamentos feitos por parte das operadoras em relação a determinados protocolos de atendimento médico, deveriam as mesmas solicitar às sociedades de especialidades pareceres, visando dirimir as possíveis dúvidas. Dispõe-se hoje de um admirável instrumento de cunho técnico-científico, o Projeto Diretrizes, balizador dos procedimentos médicos. Vivemos um momento ímpar na luta da categoria médica. Nunca as suas entidades estiveram tão unidas e com objetivos tão comuns. De um conhecido provérbio chinês lembramos que uma das três coisas que nunca voltam atrás é a oportunidade perdida. Esqueçamos as decepções, as amarguras, abandonemos o ceticismo, para apostarmos no otimismo, objetivando a construção de uma relação mais saudável com o segmento dos planos de saúde, quebrando alguns paradigmas que se tornaram anacrônicos. A história da civilização prova que na vida os ciclos se repetem a cada tempo, geralmente com novas roupagens.

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