Em termos gerais, pode-se dizer que aqueles que vêm exercendo a profissão médica no Brasil são principalmente brasileiros, homens e jovens, que atuam nos grandes centros urbanos, permanecendo no seu estado de origem. Cabe destacar, porém, o crescimento acentuado do número de mulheres nas faixas etárias mais jovens, contrariamente ao que se observava há alguns anos. Distribuição geográfica – À época da realização da presente pesquisa, de acordo com os registros do Conselho Federal de Medicina, o Brasil contava com 234.554 médicos – o que representa uma relação de 1,38 médicos / 1.000 habitantes (N = 169.369.557; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2003), ou seja, existia um médico para cada 725 habitantes. A maioria dos médicos atuava em estados do Sudeste, como São Paulo (N = 69.697) e Rio de Janeiro (N = 40.956), sendo muito inferior o número dos que exerciam sua profissão no Norte do país. Por exemplo, o menor contingente de médicos é observado em Roraima (N = 163) e Amapá (N = 254). Informações ligadas ao gênero – No geral, a Medicina continua sendo exercida majoritariamente por profissionais do sexo masculino (69,8%), o que é reforçado em estados como Goiás (76,2%) e, principalmente, Santa Catarina (79,2%). Entretanto, parece ter tido início uma mudança que evidencia o ingresso das mulheres nesta profissão, com porcentagens de inclusão que lhes são mais favoráveis em Pernambuco (38,9%) e Alagoas (38,8%). Faixa etária – Confirma-se, com este estudo, o que já tinha sido observado por Machado (1996): o Brasil é um país onde a Medicina é exercida principalmente por jovens com menos de 45 anos (63,4%). Este quadro é acentuado em estados como Ceará e Paraná, onde as porcentagens de médicos nesta faixa etária foram 72,9% e 72,5%, respectivamente. Contrariamente, no Norte se concentram alguns estados com as menores porcentagens de médicos com idade inferior a 45 anos, como ocorre em Amapá (44,5%) e Pará (52,0%). Concentração nas capitais – Parece ter tido lugar uma marcha do médico em direção às cidades do interior. Apesar de a profissão continuar a ser exercida predominantemente nas capitais, a porcentagem correspondente (62,1%) é inferior à registrada na pesquisa passada (Machado, 1996): 65,9%. Além do mais, mesmo que alguns estados possuam uma concentração massiva de médicos nas capitais, como Acre, Amapá, Roraima e Sergipe, que se aproximam de 100%, seguindo a distribuição da população geral destes, já se percebe uma inversão desta tendência em outros estados, como Minas Gerais, cujos profissionais médicos que atuam no interior passaram de 52,6% para 54,6%. Procedência – Quanto à procedência dos médicos, ainda são poucos os que vêm de outros países para exercer o seu ofício no Brasil (1,5%), tendência que varia substancialmente nos diversos estados, principalmente quando se contrasta com o Norte. É maior o número de estrangeiros exercendo a profissão médica em Roraima (7,5%), Acre (7,1%) e Rondônia (5,9%). FONTE: O MÉDICO E O SEU TRABALHO
O médico e o seu trabalho: características demográficas
26/03/2004 | 03:00