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O equívoco da jornalista Serafim Domingues Lanzieri Em artigo publicado neste jornal, a jornalista Nadja Vasques analisa entrevista que concedi à uma emissora de televisão. Respeito – como não seria diferente, o direito de opinião da profissional, como o faria em relação a qualquer outro cidadão, mas discordo dela totalmente. Não condeno – nem nunca condenarei, que erros médicos – ou de qualquer outro profissional, sejam divulgados. Nos últimos anos, o Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso tem buscado debater, por todos os meios disponíveis, sobre as questões do direito relacionadas à divulgação de informações que envolvem processos ético-profissionais contra médicos. A entidade também não se furta a prestar informações sempre que solicitadas. O papel e a obrigação jornalística de informar a sociedade não podem estar dissociados do compromisso ético de manter a imparcialidade, a pluralidade de versões e o respeito – acima de tudo, a todos os atores que figuram em uma notícia, indistintamente. Não cabe ao profissional jornalista julgar se um fato é ou não erro médico. Nem um médico, poderia fazê-lo, se não cercado pelo conhecimento técnico especializado e legal. É esta a contestação do CRM-MT: se uma denúncia ainda não foi julgada pelas instituições, que têm competência e atribuição legal para atestar se houve erro médico, um jornalista – por mais competente e bem intencionado que seja, não pode fazê-lo. O Conselho entende que não é ético divulgar esse “pré-julgamento”, tornando-o – por meio da força dos noticiosos em formar opinião – moralmente definitivo para a vida de todas as pessoas envolvidas. Não é este o papel da imprensa. Não concordo que esta seja a maneira de contribuir para a melhoria da sociedade, do exercício profissional médico ou mesmo, para o aprimoramento do trabalho desenvolvido pelas instituições – públicas ou privadas. Acredito que não se pode combater a violência com a violência. Também não é eficiente cobrar ética sem ética. Vivemos num estado democrático de direito, onde o direito à defesa é garantido na Constituição, como em outras nações civilizadas. Não podemos, nem queremos ou aprovamos, atropelar direitos individuais de qualquer cidadão brasileiro para atender interesses outros. Por isso, somos contrários àquela imprensa sensacionalista que explora de forma escandalosa a denúncia; acusa, julga e condena o profissional médico, de reputação ilibada, sem o mínimo direito de defesa, submetendo, muitas vezes, inocentes a um verdadeiro linchamento moral. Os Conselhos de Medicina têm o maior interesse em punir maus profissionais por que maculam o bom conceito da profissão. Os jornalistas, assim como os próprios pacientes, devem saber que Medicina é uma profissão de meios e não de fins, e que médico não é Deus. Toda análise de conduta de um profissional é constituída com base em postura humanista do médico e da literatura médica mundial. Em algumas situações, o que está em julgamento é a diferença entre erro do profissional, mau resultado e acidente imprevisível. Nestes e outros casos, Câmaras de especialistas, formada por profissionais experientes que utilizam de todos os recursos disponíveis no acesso à informação e emitem parecer fundamentado em Medicina, baseado em evidências. Não há, de forma alguma no CRM-MT, trabalho voltado a proteger maus profissionais. Aliás, a função primeira dos conselhos é defender o direito da sociedade em relação ao exercício profissional – na eventualidade dele não ser ético. Entendemos que aprimorar as relações entre o médico e o paciente, entre as instituições de saúde e o poder público e destes com os profissionais e a sociedade – por meio das entidades representativas, é o melhor caminho na execução dessa tarefa. A imprensa deve contribuir, na medida em que realizar o seu trabalho de forma ética. Serafim Domingues Lanzieri, Presidente do CRM-MT – Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso

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