O ministro da Educação, Fernando Haddad, anunciou nesta segunda-feira, dia 11, a criação de um modelo de avaliação dos cursos superiores. Haddad encontrou-se em Brasília com o professor Adib Jatene, ex-ministro da Saúde, para discutir a qualidade dos cursos de medicina oferecidos no país. Esse novo modelo é baseado numa interlocução com entidades de classe e comunidade científica. A área de medicina é a terceira na qual se verifica atuação conjunta entre o MEC e especialistas a fim de garantir a fiscalização eficaz dos cursos de graduação — as anteriores foram direito e pedagogia. Com base nos resultados do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) na área de medicina, que serão divulgados em maio, serão tomadas as providências necessárias para a adequação dos cursos que obtiverem baixos conceitos aos critérios de qualidade exigidos pelo ministério. “Em maio, sai o segundo Enade da medicina. Então, teremos uma série histórica que considerará o resultado das avaliações anteriores. Com esses dados em mãos, começaremos a agir”, explicou o ministro. Para Haddad, a interação com a comunidade científica da área médica traz mais legitimidade às ações do ministério. “O julgamento das propostas de reestruturação de cursos, eventual contingenciamento do número de vagas e, no limite, a não-renovação de reconhecimento dos cursos devem ter critérios bem estabelecidos, transparentes e legitimados pela comunidade científica”, explicou o ministro. Reunião Durante o encontro com o ministro da Educação, Adib Jatene disse que em 1986 havia 82 cursos no país. Hoje, são mais de 160. “Nenhum país do mundo conseguiria criar o corpo docente e a infra-estrutura necessários para atender a mais de 80 novos cursos de medicina em um prazo tão curto”, disse. Segundo ele, o crescimento do número de faculdades de medicina deve ser acompanhado de perto. Só assim será possível garantir a formação adequada dos novos profissionais. “Não podemos permitir que pessoas malformadas entrem em exercício profissional”, afirmou. Para Adib Jatene, a atuação integrada do MEC com especialistas de várias áreas de conhecimento em busca de mais qualidade na educação superior é sinal de progresso. “O ministério está atuando com eficiência. Ou seja, consegue transmitir a idéia de que vai realmente cuidar da qualidade dos cursos superiores”, disse. Fonte: MEC
Novas regras de fiscalização de qualidade para cursos de medicina
12/02/2008 | 02:00