A Secretaria Estadual de Saúde (SESA) em parceria com Conselho Regional de Medicina do Paraná deseja informar aos médicos sobre a importância da notificação de uma série de doenças. “A notificação visa a prevenção”, declara a chefe do departamento de doenças imunopreveníveis da SESA, Mirian Marques Woiski. Ela explica que durante anos o Brasil ostentou o título de vice-campeão mundial de poliomelite e atualmente o país erradicou a doença em virtude das ações de imunização e Vigilância Epidemiológica desencadeadas. Para ela, o grande desafio da saúde brasileira é manter uma vigilância epidemiológica ativa e que isso depende de todos os profissionais de saúde. No caso da poliomelite, faz-se necessária uma atuante vigilância epidemiológica das paralisias flácidas agudas em menores de 15 anos. Isso porque elas entram no diagnóstico diferencial da poliomelite e porque ainda existem reservatórios de poliovírus no mundo (Ásia, África e Mediterrâneo) com grande número de pessoas suscetíveis devido a falta de ações eficazes de imunização. Para tanto, todo caso de paralisia flácida aguda (PFA) em menores de 15 anos deverá ser investigado e notificado de imediato ao serviço de vigilância epidemiológica do município, segundo os critérios abaixo: ? Poliomielite Confirmada: devem ser classificados nessa categoria todos os casos de PFA em que houve isolamento de poliovírus selvagem na(s) amostra(s) de fezes do caso ou de um de seus comunicantes, independentemente de haver ou não seqüela após 60 dias do início da deficiência motora. ? Poliomielite Associada à Vacina: casos de PFA em que há isolamento de vírus vacinal na(s) amostra(s) de fezes e presença de seqüela compatível com poliomielite, 60 dias após o início da deficiência motora. Para que um caso seja classificado como associado à vacina, as amostras de fezes não precisam ser oportunas (coleta nos primeiros quinze dias). ? Não-Poliomielite: casos de PFA com amostras de fezes adequados (duas amostras coletadas até quatorze dias do início da deficiência motora, com intervalo mínimo de 24 horas), nas quais não houve isolamento de poliovírus. Qualquer paciente que apresente seqüela após 60 dias do início da deficiência motora, que evolua para óbito ou de forma ignorada, deve ter suas amostras de fezes originais reexaminadas em outro laboratório da rede. Se os resultados forem negativos para poliovírus, o caso deve ser descartado. ? Polio-Compatível: casos de PFA que não tiveram coleta adequada de amostras de fezes e que apresentam seqüela aos 60 dias ou evoluíram para óbito ou de forma ignorada. Campanha Nacional de Vacinação De 21 de agosto a 3 de setembro, todas as crianças menores de 5 anos deverão ser vacinadas com vacina oral contra a Poliomelite e de 12 meses a 4 anos de idade coma tríplice viral (contra sarampo, rubéola e caxumba).
Notificação é sinônimo de prevenção
17/08/2004 | 03:00