Um dos convidados do 1º Simpósio Brasileiro de Tecnologia Transgênica, que a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) promoverá até o dia 12 de março, é o geneticista Oliver Smithies. Em 2007, ele, Mario Capecchi e Martin J. Evans ganharam o Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia pelas descobertas relacionadas às células-tronco embrionárias. O trabalho de Smithies possibilitou que o DNA de um camundongo fosse alterado em um ponto específico. Antes da abertura do Simpósio, na manhã desta segunda-feira, Smithies explicou aos jornalistas as aplicações de sua pesquisa. “Quando um determinado gene é apagado ou mutado, pode-se gerar um animal com a modificação desejada, criando modelos para entender como uma doença surge, acompanhar sua progressão, formular novas drogas e tratamentos”, afirma o geneticista. Segundo ele, o importante é lembrar que a partir das células-tronco embrionárias é possível desenvolver qualquer tecido. Smithies relata que até hoje se impressiona com o poder de desenvolvimento das células-tronco. “Ao colocar essa matéria em cultura, parece que ela está morta. Depois de quatro dias, observa-se, por exemplo, cardiomiócitos pulsando como se pertencessem a um ser vivo”. Considerado pai da transgenia em animais, Smithies formou-se em fisiologia na Universidade de Oxford em 1946. Cinco anos depois, obteve o doutorado em bioquímica pela mesma Universidade. Atualmente, ele é professor de patologia e de medicina laboratorial na Universidade da Carolina do Norte. Fonte: AMB
Nobel de Medicina fala sobre o desenvolvimento de pesquisas com células-tronco
10/03/2008 | 03:00