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Os especialistas reunidos no fórum concluíram pela necessidade de união em prol da boa formação e valorização do profissional que trabalha com ética e compromisso, avaliou o coordenador da Câmara Técnica, Anastácio Kotzias

 

O III Fórum de Ortopedia, organizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) em 3 de setembro, promoveu debates sobre dois tópicos urgentes para a especialidade: a residência médica e auditoria e a segunda opinião. “Foi uma discussão rica, com colegas divergindo em alguns pontos, para, ao final, concluirmos sobre a necessidade de união em prol da boa formação dos ortopedistas e da valorização do profissional que trabalha com ética e compromisso”, afirmou o coordenador da Câmara Técnica, conselheiro Anastácio Kotzias.

O painel “A Residência em ortopedia no Brasil” contou com uma apresentação de Viviane Peterle, ex-secretária Executiva da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) e diretora da Comissão Distrital de Residência Médica. Ela apresentou dados sobre esse processo em ortopedia e traumatologia. “Em 2020, havia 2.360 residentes nessa especialidade, número que deve ter se mantido. É um campo de atuação com boa empregabilidade e, consequentemente, muito procurada”, argumentou.

A visão do Ministério da Saúde sobre a residência médica em ortopedia foi apresentada por Rodrigo Cariri, coordenador geral de Atenção Especializada e Temática do Ministério da Saúde e atual secretário executivo da CNRM. Para ele, é preciso equacionar a formação de especialistas, visando sua melhor distribuição pelo País. A criação de serviços de referência e o investimento na formação continuada seriam formas de desconcentrar esse grupo, advogou.

Durante sua participação, Cariri também negou que o Governo pretenda “criar atalhos” para a formação de especialistas no Brasil. Adiantou, no entanto, a intenção de incentivar o aumento de profissionais em algumas especialidades. Ele citou o exemplo da patologia, que tem hoje 105 residentes no País. Outro ponto destacado é intenção de implementar mecanismos de avaliação nas residências médicas.

O estabelecimento de critérios objetivos para medir o conhecimento dos residentes também foi defendido pelo presidente da Comissão de Ensino e Treinamento da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), André Luiz Passos Cardoso. Na sua apresentação, elencou as contribuições da entidade para a construção da matriz de competência da residência médica na especialidade.

Também mostrou o resultado de aprovação no Teste de Progresso dos Residentes em Ortopedia e Traumatologia (Tepot) e informou que a SBOT criará em São Paulo (SP), perto do Aeroporto de Congonhas, um centro de treinamento para qualificar especialistas. “Trabalhamos para melhorar a qualificação dos profissionais e do atendimento ortopédico no Brasil”, afirmou.

Segunda opinião – O III Fórum debateu ainda o tema “Auditoria e segunda opinião – estamos respeitando a Resolução 2.318/2022?”, iniciado pelo gerente de Boas Práticas Assistenciais da Seguros Unimed, Márcio de Castro Ferreira, que falou sobre a visão do auditor.

Para ele, a Resolução do CFM trouxe mudanças sutis, mas importantes, como o estabelecimento de prazos para que ocorra a arbitragem. No entanto, defendeu outras medidas para melhorar o compliance na ortopedia, como a valorização do bom profissional, a desburocratização da notificação das más práticas e uma definição melhor das arbitragens.

A visão do ortopedista foi apresentada pelo diretor da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia do Rio de Janeiro (SBOT-RJ), Adalto Ferreira Lima Júnior, que elencou os principais pontos de conflito entre o médico assistente e o auditor. Entre os vários possíveis, ele chamou a atenção para a negativa baseada apenas em exames de imagem e glosas, classificadas como “um abuso irreparável”. Por fim, defendeu normas mais claras sobre a arbitragem: “a melhor forma de mitigar conflitos é preveni-los”, ressaltou.

Como parte da programação, Eduardo Novak, membro da Câmara Técnica, apresentou casos clínicos em que médicos a auditoria dos planos de saúde estavam corretas. Nos debates, houve unanimidade sobre defesa da boa prática médica, da transparência e do pagamento justo ao médico. “Se o profissional errar e for denunciado ao sistema de conselhos, ele será julgado. E nós, no CFM, nunca julgamos tanto como nesta gestão”, afirmou Kotzias.

Antes das apresentações, foi feita uma homenagem ao ortopedista Ricardo Nahas, falecido em julho deste ano, em São Paulo. Nahas foi membro da Câmara Técnica de Ortopedia e Traumatologia do CFM e presidiu a Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, de 2003 a 2005. “Ele será sempre lembrado por nós pelas importantes contribuições dada à nossa especialidade”, enfatizou Anastácio Kotzias. O III Fórum de Ortopedia e Traumatologia do CFM já está disponível no Canal do CFM no YouTube e pode ser assistido AQUI.

 

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