Não houve falhas no atendimento prestado pelo Centro de Atendimento Integral à Saúde (Cais) Amendoeiras à garota Jordana Maria de Jesus, de 1 ano e 2 meses, que morreu sexta-feira na unidade. Após avaliação preliminar dos prontuários do setor de emergência e do Programa de Saúde da Família (PSF), a equipe da Divisão de Normas Técnicas, Acompanhamento e Avaliação da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) – encarregada de apurar o caso – concluiu que os procedimentos adotados em relação à paciente seguiram o protocolo preconizado pelo Ministério da Saúde para seu quadro. A avaliação preliminar não é conclusiva. O relatório final da sindicância aberta pela secretaria só será fechado após a liberação do laudo cadavérico pelo Serviço de Verificação de Óbitos (SVO), o que deve ocorrer em um mês. Outra sindicância foi aberta pelo Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego). A família acusa o Cais de negligência e erro. Jordana chegou ao Cais às 15 horas com febre, tosse e cansaço (dificuldade para respirar) e morreu em menos de duas horas, depois de ser submetida a duas sessões de aerossol e tomar uma injeção de dipirona. A mãe da menina, Ana Karla Maria da Conceição de Jesus, 21 anos, reclama que a filha deveria ter sido transferida e suspeita dos remédios dados a ela. “Ela passou mal na terceira sessão de aerossol. Nem fez a radiografia do pulmão que a médica pediu. Estava muito fraca”, conta Ana Karla. A pediatra plantonista Vanessa Maria da Silva, que atendeu a menina, diz que seguiu as condutas recomendadas para o caso. Jordana pesava apenas 8 quilos e desde que nasceu até novembro do ano passado era acompanhada pelo PSF. “A mãe deixou de levá-la ao posto”, conta o diretor-geral do Cais, Paulo Roberto Olinto. Conforme Olinto, Jordana reapareceu no dia 28 de fevereiro, no setor de emergência do Cais, com febre. Medicada com antibióticos e xarope, a menina passou a ser avaliada a cada dois dias. Creche A mãe diz que ela terminou de tomar os remédios e foi liberada das consultas. Na segunda-feira da semana passada, começou a freqüentar a creche. “Ficou bem até na sexta, quando me chamaram para buscá-la que ela estava com febre.” Além de suspeitar de falhas no atendimento prestado à filha, Ana Karla reclama que ficou cerca de uma hora sem saber da morte da menina. “A médica não veio me explicar o que houve, dar uma satisfação.” A pediatra plantonista diz que não conversou com a mãe porque estava preenchendo a papelada de praxe e a tarefa foi assumida por uma colega de equipe. (O Popular/Cidades, 15/03/05)
MORTE DE BEBÊ
15/03/2005 | 03:00